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Vídeo em avião da Gol mostra confusão após piloto determinar remoção de passageira

Um vídeo está sendo amplamente repercutido no Brasil neste final de semana, por mostrar uma confusão que aconteceu a bordo de um avião da Gol Linhas Aéreas.

Nas imagens, mostradas na gravação abaixo, uma passageira, chamada Samantha, discute com três policiais federais, pedindo que eles solicitem que o comandante do voo explique o motivo pelo qual determinou que ela deveria ser removida da aeronave.

Acompanhe a seguir o vídeo, publicado por outra passageira, Elaine, que estava também a bordo do Boeing 737-800 de matrícula PR-GUU, que partiria de Salvador com destino a São Paulo, no voo G3-1575:

Ao publicar as imagens acima em seu Instagram, a passageira Elaine assim descreveu o que observou durante todo o desentendimento (Nota, 2 de maio: nesta semana, a passageira excluiu a publicação):

“Meu coração está sangrando neste momento. Presenciei agora à noite um caso extremamente violento de racismo, sofrido por uma mulher negra no voo 1575 da Gol, chamada Samantha.

Depois de uma hora de atraso, embarcamos e Samantha não conseguia um lugar pra guardar sua mochila, o voo estava “cheio” para ela (quando não está, né?). A tripulação ignorava completamente o desespero desta mulher, que era obrigada a despachar a mochila com seu computador – sendo, inclusive, acusada por parte da tripulação de ser ‘a razão do atraso’.

Conseguimos um lugar para a mochila de Samantha e nem mesmo assim o voo decolaria. Mais uma hora de atraso, nenhuma satisfação da cia área, gente passando mal no Avião e eis que 3 homens da Polícia Federal entram de forma extremamente truculenta no Avião para levar a “ameaça” do voo embora – a Samantha.

Ela se defende mas não reage, alguns pedem pra ela não ir (na maioria mulheres), eu me desespero, todas com muito medo, apreensão e os policiais ameaçam algemá-la. Não dizem a razão de levá-la presa, só que foi uma ordem do comandante. Samantha era uma ameaça por ser uma mulher, ser preta, ter voz.

Ela foi levada pela Polícia, eu quase fui levada junto por defendê-la, me agrediram, me ameaçaram. A mãe de Samantha chorava desesperada ao telefone por não saber o destino de sua filha. Eu chorava também. Outras mulheres e homens se desesperavam.

O que eles não sabiam é que Samanta não estava só – e que enquanto pudermos, enquanto tivermos forças vamos lutar todos juntos contra o racismo! Graças ao meu amigo @manoelsoares Samantha não ficou só e teve o apoio de 2 advogados.

Mas está história não termina aqui, queremos justiça e respeito para todos, queremos que a Gol, este comandante e a tripulação (especialmente um homem chamado Erick) paguem por este crime e os policiais também respondam por tamanha violência.”

Consultada sobre a situação que se desenvolveu a bordo de seu voo, a Gol Linhas Aéreas emitiu o seguinte comunicado:

“A GOL informa que, durante o embarque do voo G3 1575 (Salvador – Congonhas), havia uma grande quantidade de bagagens para serem acomodadas a bordo e muitos Clientes colaboraram despachando volumes gratuitamente.

Mesmo com todas as alternativas apresentadas pela tripulação, uma Cliente não aceitou a colocação da sua bagagem nos locais corretos e seguros destinados às malas e, por medida de segurança operacional, não pôde seguir no voo.

Lamentamos os transtornos causados aos Clientes, mas reforçamos que, por medidas de Segurança, nosso valor número 1, as acomodações das bagagens devem seguir as regras e procedimentos estabelecidos, sem exceções.

A Companhia ressalta ainda que busca continuamente formas de evitar o ocorrido e oferecer a melhor experiência a quem escolhe voar com a GOL e segue apurando cuidadosamente os detalhes do caso.”

Após a retirada de Samantha da aeronave, o voo, programado para 19h10, decolou de Salvador às 22h14 e pousou às 00h15 no Aeroporto de Guarulhos, uma vez que Congonhas já estava fechado nesse horário.

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