Morre Mike Bowers, o top gun da vida real que levou mais de 1 milhão de passageiros

Mike Bowers – Arquivo Pessoal

A Escola de Armas de Caças da Marinha dos Estados Unidos, chamada popularmente de Top Gun, faz parte do imaginário de muitos jovens de todo o mundo que sonham em se tornar pilotos de caça.

O mês de outubro marcou a morte de um homem que ajudou a escrever a história de um dos mais icônicos e romantizados grupos de aviadores do planeta e cuja trajetória foi contada nesta semana pelo jornal online norte-americano NJ.com, que cobre o estado de Nova Jersey, nos Estados Unidos.

43 anos voando

Bowers começou a carreira de piloto, que viria a durar 43 anos, após se formar na Escola de pilotos da marinha, agora conhecida como Strike Fighter Tactics Instructor Program. No serviço militar, o jovem piloto acumulou horas de voo a bordo de caças F-14, atividade em que atuou por nove anos na ativa e mais 17 anos como reservista, quando deixou a vida militar como comandante.

Bowers nasceu em Fair Lawn, no estado de Nova Jersey e iniciou a carreira militar em 1972. Como piloto da Marinha americana, tripulou jatos militares como o famoso supersônico F-14 Tomcat. Também foi instrutor de voo, atividade que o fez treinar muitos dos pilotos que apareceram no clássico filme Top Gun – Ases Indomáveis, de 1986.

Caças F-14, símbolo Top Gun

1 milhão de passageiros

Como piloto civil, foi contratado pela United Airlines, companhia em que trabalhou até se aposentar e onde voou em alguns dos aviões de passageiros mais importantes, como os Boeings B727, B737, B757, B767 e B777. Segundo a United Airlines, seu currículo inclui mais de 20.000 horas de voo e um número superior a um milhão de passageiros transportados. Isso equivale mais de 4.000 voos de passageiros, considerando uma média de 250 passageiros por voo.

Na empresa aérea, chegou a piloto-chefe, responsável por gerenciar toda a equipe de comandantes, time em que era respeitado e por quem era considerado um bom gestor. Também era popular entre os passageiros frequentes da United, que o conheciam pela coluna “Pergunte ao Piloto” que escrevia para a revista de bordo da United, Hemispheres e replicada em redes sociais.

Seu último voo, antes da aposentadoria, foi em agosto de 2015, quanto estava no comando de um B757 de Orlando, na Flórida, para Newark Liberty, em Nova York. Saindo do portão, Bowers foi recebido por uma multidão de mais de 100 amigos, familiares e colegas de trabalho que aplaudiram o piloto. O comandante Mike Bowers morreu no dia 7 de outubro, aos 70 anos, vítima de câncer pancreático. Deixou esposa, dois filhos e sete netos.

Fabio Farias
Fabio Farias
Jornalista e curioso por natureza. Passou um terço da vida entre aeroportos e aviões. Segue a aviação e é seguido por ela.

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