Os proponentes pela compra da aérea estatal italiana ITA Airways têm até às 23h59 da próxima segunda-feira, 22 de agosto, para apresentarem suas novas ofertas pela compra da companhia. A rodada anterior não foi concluída, depois que o governo italiano achou as ofertas aquém de sua expectativa. Concorrem no certame o consórcio MSC-Lufthansa e o fundo norte-americano Certares, especializado em investimentos em empresas do setor de viagens e hotelaria.
Em 5 de julho, quando as ofertas foram enviadas, a MSC-Lufthansa teria estimado o preço da linha aérea italiana em 800-850 milhões de euros, enquanto a Certares ficou em 650 milhões de euros. O governo italiano, no entanto, quer elevar a barra, o que não é um objetivo fácil, pois, segundo especialistas, o preço está fadado a cair ainda mais com o tempo.
De acordo com o decreto de privatização, o Estado italiano continuará a ser acionista da ITA Airways, saindo definitivamente apenas posteriormente. Assim, entra em cena o capítulo sobre honorários. Para MSC-Lufthansa, o governo não deve ter mais do que 20%, deixando 60% para MSC e 20% para Lufthansa. O fundo americano, por outro lado, está disposto a deixar 38% para o povo italiano.
O fundo americano Certares também trabalha na hipótese de listar a ITA Airways na Bolsa de Valores caso vença, além de oferecer uma rede comercial formada pelas empresas líderes na distribuição de turismo e viagens de negócios, das quais é acionista, começando com a American Express Global Business Travel (US$ 30 bilhões em viagens corporativas) e a Internova (que controla a maior rede de agências de viagens premium nos Estados Unidos).
De qualquer forma, antes do final deste mês, o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, deverá dar luz verde à venda da ITA Airways, cumprindo o compromisso assumido com a União Europeia.