Início Aviação Militar

Novo Airbus A330 da FAB será o KC-30 e hora de voo custará até R$23 mil

O novo e bastante esperado vetor de transporte estratégico, reabastecimento e cargas da Força Aérea Brasileira (FAB) já tem nome “de guerra” definido e toraram-se conhecidos os custos estimados de operação.

Divulgação – FAB

O Airbus A330MRTT é a versão militar adaptada para reabastecimento e transporte de cargas do consagrado A330-200 de passageiros, conhecido dos brasileiros por já ter voado pela TAM, e hoje ser operado pela Azul. Nesta semana, a FAB confirmou que firmará contrato com a Azul Linhas Aéreas, onde esta deverá repassar duas aeronaves do modelo, com fabricação posterior a 2014, para conversão na versão militar.

A aeronave, como falamos em publicação anterior, tem capacidade para, ao mesmo tempo, levar cargas, feridos, tropas e reabastecer outras aeronaves, sendo uma aeronave multi-função que irá complementar a capacidade do Embraer KC-390, que é menor, porém, pode operar em locais mais “desafiadores”.

A nomeclatura do avião não será KC-330, como alguns pensaram, mas sim KC-30. Sendo a letra K no padrão americano para Reabastecedor, C para Carga e o 30 uma referência ao modelo da Airbus. A informação foi confirmada pelo Comandante da Aeronáutica, Comandante Carlos Baptista Júnior, em resposta a um vídeo sobre o assunto do canal Águias de Aço.

Seguindo a Austrália

Este código KC-30 é o mesmo usado pela Austrália. O Reino Unido denomina os aviões MRTT como Voyager C2 e C3 (KC-2 e KC-3). Já a França o chama apenas de Phénix (Fênix). Não está claro se o Brasil adotará um nome além do código militar, como faz com algumas aeronaves, como o KC-390 Millennium e o F-39 Gripen.

Airbus A330 da Qantas Airways – Imagem: Bahnfrend, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

Um fato interessante é que a moda “australiana” não está sendo seguida apenas no nome, mas também no meio de aquisição. Em 2015 o governo australiano decidiu aumentar a sua frota de jatos A330, e recorreu à companhia aérea de bandeira do país, a Qantas, para cumprir a missão.

Na época, foram encomendados dois jatos que voavam na companhia para serem convertidos pela própria Airbus, se tornando aviões militares. Coincidência ou não, na época os A330 da Qantas tinham oito anos de idade, a máxima estabelecida pela FAB para conversão neste processo licitatório.

O custo

Uma pergunta feita com frequência pelos leitores seria sobre o custo de aquisição do jato, que já foi esclarecido pela licitação, e também o custo de operação. Este custo recorrente é uma das principais “dores de cabeça” dos militares, já que o orçamento varia ano a ano, com alta volatilidade, a depender da crise corrente e do governo no poder.

Os britânicos da Royal Air Force revelaram em 2016 para a BBC que o custo por hora de voo do A330 MRTT, por lá adaptado para o transporte do Primeiro-Ministro, mas ainda mantendo todas suas capacidades militares, seria de £2.000 libras esterlinas, o equivalente a R$15 mil.

Este custo já incluiria o preço do combustível, custos com tripulação (que são relativamente fixos, já que militares recebem por patente e não hora voada igual aos civis) e manutenção.

Dados mais recentes, de 2019, dão conta que um A330-200 civil, sem o custo da tripulação, é operado por companhias aéreas americanas na faixa dos $5 mil dólares por hora, ou cerca de R$23 mil, segundo o Departamento de Transportes dos EUA (DOT).

Todos estes custos são apenas referências, mas dão uma noção de quanto custa para operar o jato, e podem variar de acordo com o preço do combustível, onde é feita a manutenção, o tipo de operação e quais equipamentos irão vir na aeronave.

A330MRTT – Imagem: Airbus Defense & Space
Sair da versão mobile