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O antes e o depois das rotas entre Rússia e Cuba diante de bloqueios de espaço aéreo

Trajetória de um voo comum, antes dos bloqueios – Imagem: RadarBox

Desde o último final de semana, o mundo tem visto diversas nações definindo sanções à Rússia como forma de atingir o país e seu presidente por sua decisão de invadir e atacar a Ucrânia.

Uma destas sanções, como temos acompanhado aqui no AEROIN, é a proibição do uso do espaço aéreo por aeronaves registradas na Rússia ou a serviço dela, ou até mesmo de voos com destino ou origem no país.

Assim, muitas empresas aéreas estão fazendo grandes desvios para evitar os bloqueios, ou até cancelando suas rotas quando o desvio é longo demais para que se mantenha viável realizar a ligação aérea.

E um destes casos é o de voos entre a Rússia e Cuba, que enfrentam bloqueios da praticamente toda a Europa e dos Estados Unidos.

Enquanto a principal companhia aérea russa Aeroflot tem cancelado seus voos entre Moscou e Havana, que eram feitos com aviões Airbus A350, sua conterrânea Nordwind, conhecida por ligar a Rússia a destinos turísticos pelo mundo, segue aceitando os custos de percorrer trajetos mais longos.

Boeing 777-200 da Nordwind – Imagem: Anna Zvereva / CC BY-SA 2.0, via Flickr

Com aeronave modelo Boeing 777-200, a companhia continua efetuando seus serviços regulares entre o aeroporto Sheremetyevo, de Moscou, e os destinos cubanos de Varadero e Cayo Coco. A título de exemplificação, vejamos uma destas rotas.

Na terça-feira, dia 1º de maio, o jato de matrícula VP-BJH realizou os voos NWS-521 e NWS-522 no serviço para Cayo Coco. Veja a seguir os trajetos de ida e volta antes (dia 25 de fevereiro) e depois (1º de maio) das restrições impostas.

Voos 521 e 522 no dia 25 de fevereiro

Voo 521 no dia 25 – Imagem: RadarBox
Voo 522 no dia 25 – Imagem: RadarBox

Voos 521 e 522 no dia 1º de março

Voo 521 no dia 1º – Imagem: RadarBox
Voo 522 no dia 1º – Imagem: RadarBox

Pela comparação entre as trajetórias das imagens acima, nota-se que os voos que antes sobrevoavam o norte da Europa, o Canadá e os Estados Unidos agora evitam os espaços aéreos correspondentes, percorrendo apenas regiões sobre o oceano.

Segundo os dados das plataformas online de rastreamento, estes voos passaram a demorar cerca de duas horas a mais, saindo de pouco mais de 12 horas no ar para pouco mais de 14 horas.

Embora os voos sigam acontecendo, espera-se que em breve a companhia russa Nordwind, assim como as demais, não seja mais capaz de cumpri-los, pois, além das sanções de uso de espaço aéreo, as fabricantes de aviões Airbus, Boeing e Embraer anunciaram que não mais fornecerão peças e demais serviços de suporte às frotas do país, o que deverá dificultar ou até impedir a correta manutenção dos equipamentos.

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