A empresa aérea russa Nordstar Airlines é mais uma que voa em meio à incerteza que paira sobre a aviação russa, após a colocação das sanções ocidentais. Embora as mídias russas citem que a aérea já estaria sendo negociada antes da guerra, a invasão da Ucrânia e os respectivos embargos levaram a sua ex-dona, a gigante Nornickel, a acelerar sua saída do setor aéreo.
Oligarca
O grupo Nornickel, maior produtor mundial de paládio e níquel de alta qualidade, justificou a venda da empresa aos seus diretores com o argumento de que queria se concentrar em seu negócio principal, a mineração, segundo uma nota de imprensa vista pelo site Kitco, especializado no comércio de metais.
Uma curiosidade sobre esse contexto é que tanto a empresa Nornickel, quanto seu proprietário majoritário Vladimir Potanin, tido como o oligarca mais rico da Rússia, até agora foram poupados de sanções diretas do Ocidente, como mostra uma matéria do Financial Times. Apenas o Canadá colocou Potanin em uma lista de sanções em resposta ao ataque da Rússia à Ucrânia.
Apesar de ser uma empresa com mercado representativo, transportando mais de um milhão de passageiros por ano, em uma operação doméstica bastante forte, a Nordstar não está imune aos embargos colocados pelo ocidente, sobretudo no que diz respeito ao acesso a peças de reposição.
Enquanto é certo afirmar que a equipe de manutenção terá dificuldades num futuro próximo, a viabilidade econômica da empresa é parcialmente garantida por seus acordos com a própria indústria de mineração. Tanto é que uma das exigências da Nornickel na venda foi a de que a companhia mantenha todos os voos para a região industrial de Norilsk, onde estão algumas de suas plantas.
Outros mercados atendidos pela empresa aérea estão quase que totalmente na Rússia, com o único destino internacional sendo Baku, no Azerbaijão. Seus voos estão baseados nos aeroportos de Domodedovo (Moscou) e Krasnoyarsk, de onde partem e chegam os nove Boeing 737-800, um 737-300 e dois ATR 42-500 da companhia.