Ouça o que disse a piloto no momento em que o 737 MAX perdeu o tampão da saída de emergência em voo

Cena do vídeo apresentado abaixo – Imagem: canal You can see ATC

Uma gravação das comunicações de tráfego aéreo, publicada no final da manhã deste sábado, 6 de janeiro, mostra o momento exato em que a piloto do voo 1282 da Alaska Airlines informou, com voz atônita, a controladora de tráfego aéreo sobre a despressurização de sua aeronave, aparentemente ainda sem saber exatamente sobre a gravidade do motivo que levou à perda de pressurização.

Veja a seguir o vídeo, acompanhado de animação simulando a posição e os dados do voo, após decolar de Portland, nos Estados Unidos. Abaixo da gravação, leia mais detalhes:

Como visto nas cenas acima, o Boeing 737 MAX-9 de matrícula N704AL, da Alaska Airlines, já havia passado 15 mil pés (cerca de 4,5 km) de altitude quando a piloto comunicou pela primeira vez o problema ao controle de tráfego aéreo da área de Seattle. Ela disse: “Seattle, gostaríamos de descer”.

Sem entender a mensagem repentina, a controladora de tráfego aéreo pediu duas vezes pela repetição da mensagem, até que a piloto voltou a falar, explicando, ainda com a voz alterada: “Centro, Alaska…problema para…nós estamos declarando emergência. Estamos descendo para 10 mil pés…despressurizados”.

A controladora respondeu autorizando a descida e solicitando qual a natureza da emergência e as intenções dos pilotos. A piloto voltou a explicar que a aeronave teve uma despressurização, que eles estavam declarando emergência e precisavam descer para 10 mil pés.

Novamente a controladora informou a autorização para a descida e pediu pela natureza da emergência e as intenções dos pilotos. A piloto repetiu que houve a despressurização, confirmou a instrução de autorização de descida para 10 mil pés e completou que eles precisariam retornar a Portland.

Após mais algumas instruções, a controladora perguntou se seria necessária alguma assistência no solo após o pouso. A piloto voltou a dizer que eles precisavam descer, que declararam emergência e que estavam com 177 pessoas a bordo e 18.900 libras de combustível (é procedimento padrão em emergências informar a quantidade de pessoas e o combustível restante).

Depois, quando já em contato com o controle de aproximação de Portland, a piloto informou que eles não precisariam de espera em voo para gastar combustível, mas que precisariam de cerca de 10 minutos para poderem se preparar para a aproximação de pouso.

Pouco depois, o controlador perguntou se eles precisariam de vetores (direcionamentos) para a realização da aproximação, ao que a piloto respondeu que precisariam do vetoramento para atrasar um pouco mais a aproximação, enquanto eles se preparavam para o procedimento. Foram então autorizados a curvar no rumo de 280º.

O controlador voltou a entrar em contato, dizendo: “Alaska 1282, desculpe por incomodá-los novamente, vocês estão bem a 7 mil pés ou precisam descer?”.

A piloto então respondeu que eles estavam prontos para realizar a aproximação, e o controlador perguntou se eles conseguiriam descer a partir daquela posição ou se precisariam de algum desvio para perder altitude. A resposta foi que conseguiriam realizar a aproximação. Alguns minutos depois, o pouso foi completado em segurança.

Para ler novamente todas as informações sobre este incidente, que envolveu a perda de uma saída de emergência (nota: tratava-se de uma saída inativa para esta aeronave específica, que é usada como saída de emergência apenas nos 737 MAX-9 que voam com configuração de alta quantidade de assentos), clique aqui ou no título disponibilizado logo abaixo.

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Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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