Passageira processa empresa aérea após ser abusada no voo enquanto tripulante fora de serviço observava

Imagem meramente ilustrativa – Fonte: surachetsh, via Depositphotos

Uma passageira assídua da American Airlines está movendo um processo por negligência contra a companhia aérea, alegando que um homem no assento ao seu lado a abusou sexualmente de forma agressiva enquanto ela estava sob o efeito de comprimidos para dormir, em um estado de sono induzido. Ainda mais alarmante, uma comissária de bordo fora de serviço, sentada nas proximidades, teria testemunhado o ocorrido.

Tiffany Morgan, advogada de um escritório de advocacia sediado na cidade de Nova York e especializado em direito do entretenimento, costumava viajar regularmente com a American Airlines a trabalho e lazer. No entanto, após o incidente de abuso, ela afirma ter sido privada da capacidade de viajar de forma independente e vive com o terror de uma possível agressão semelhante no futuro.

Como já era uma passageira nervosa, Morgan diz que tomou dois Benadryl antes de embarcar no voo AA1623 da American Airlines em agosto do ano passado, para ajudá-la a relaxar e dormir durante a viagem de duas horas da Flórida para a Pensilvânia, descreve o PYOK.

Ela estava sentada em um assento na janela e, no final do processo de embarque, um passageiro grande do sexo masculino, carregando uma bengala, foi ajudado pelos comissários de bordo a ocupar o assento do corredor. O assento do meio entre eles permaneceu vazio.

Tiffany diz que adormeceu durante o serviço de bebidas logo após a decolagem e estava praticamente inconsciente durante a maior parte do voo. Então, restando apenas 30 a 40 minutos do voo, ela foi acordada por uma das comissárias de bordo, batendo no seu ombro a partir da fileira atrás.

A comissária de bordo solicitou que Tiffany se dirigisse à cozinha no fundo da aeronave. Sentindo-se nervosa, Tiffany descreveu-se como “aterrorizada e excepcionalmente nervosa“, porém, levantou-se de seu assento e passou por seu companheiro de assento, que estava claramente embriagado, notando garrafas vazias de vodca no assento entre eles.

Um grupo de comissários de bordo aguardava Tiffany na cozinha traseira e perguntaram se ela conhecia seu companheiro de assento. Ao responder que nunca o havia visto antes, os comissários de bordo demonstraram grande preocupação.

Informaram a Tiffany que ele havia “tocado agressivamente seu peito“, mas não tomaram nenhuma medida porque “não sabiam o que fazer“.

A comissária de bordo fora de serviço que testemunhou a agressão contou a Tiffany que o homem primeiro acenou com as mãos na frente do rosto dela para assegurar-se de que estava dormindo antes de “grotescamente apalpar, esfregar e acariciar” seus seios.

Essa tripulante fora de serviço não sabia se Tiffany estava viajando com o suspeito, então levou o assunto à atenção dos comissários de bordo em serviço.

Após a conversa com Tiffany, os comissários de bordo em serviço demonstraram grande aflição, e um deles até admitiu ter servido bebida demais ao suspeito. Nesse ponto, os comissários de bordo encontraram um novo assento para a passageira e agiram para que a polícia aguardasse a aeronave na chegada.

No entanto, a polícia informou que não tinham jurisdição sobre incidentes a bordo e que o assunto teria que ser tratado pelo FBI. Infelizmente, houve um atraso na chegada do FBI ao portão, pois era fim de semana, então o suspeito não foi preso e Tiffany simplesmente foi acompanhada para o portão de conexão para seu próximo voo para Albany.

Desde o incidente, Tiffany afirma que a American Airlines nunca entrou em contato com ela para discutir o que ocorreu no voo 1623, e suas tentativas de comunicação com a companhia aérea não obtiveram resposta.

Quase um ano depois, ela ainda não recebeu nenhuma comunicação da American Airlines sobre o incidente – um fato que, segundo ela, demonstra “a indiferença da companhia aérea para com a séria conduta sexual inadequada em um de seus voos“.

A ação judicial, que foi protocolada em um tribunal de distrito da Flórida na semana passada, afirma:

“A falta de ação da AA ou mesmo de uma resposta é não apenas decepcionante e chocante após um abuso sexual confirmado a um passageiro, mas também levanta sérias preocupações para outras mulheres que viajam sozinhas com a companhia aérea.

A omissão da AA neste incidente é inaceitável, dada a gravidade do que ocorreu e o reconhecimento contemporâneo de sua tripulação da seriedade do incidente e de seu papel em permitir que acontecesse e/ou continuasse“.

Tiffany está processando a American Airlines por negligência, enquanto também está movendo uma ação civil contra o suspeito por agressão sexual.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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