Passageira queer alega ter sido retirada de voo por estar sem sutiã sob roupas masculinas

Imagem: Delta Air Lines

Uma passageira da Delta Air Lines que se identifica como queer alega que foi retirada de um voo recente porque não estava usando sutiã, depois que a equipe do aeroporto o acusou de violar o código de vestimenta da empresa aérea.

Lisa Archbold, uma expatriada neozelandesa residente nos Estados Unidos, contou ao New Zealand Herald que esperava voar com a Delta de Salt Lake City para San Francisco no dia 22 de janeiro, mas pouco depois de embarcar, uma funcionária a chamou para a frente do avião e a retirou.

Lisa, que acabara de participar do Festival de Cinema de Sundance, onde ajudava a promover uma marca de bebidas alcoólicas, diz que inicialmente pensou que estava em apuros porque sua mala despachada estava cheia de garrafas de vodka.

Apenas quando foi confrontada pelo funcionário da Delta, entretanto, que lhe ocorreu que era sua escolha de roupas que estava causando um problema.

“Esta mulher da equipe de solo se aproxima de mim e diz em voz alta na frente de todo o avião ‘Preciso falar com você em particular. Siga-me'”, contou Lisa ao jornal. “Estou pensando que alguém morreu, ou que encontraram algo estranho na minha mala“, continuou.

Arquivo pessoal

Neste ponto, a funcionária alegadamente disse a Lisa que era política da Delta retirar qualquer pessoa com “roupas reveladoras”. Lisa recebeu um ultimato. Ou se cobria com um casaco ou saía do avião. “Estava vestida como um menino com calças e camisa largas, não tinha ideia do que ela estava falando”, disse Lisa.

Ela acredita que foi alvo porque estava vestindo roupas masculinas e que a ausência de um sutiã não deveria ter relevância para sua capacidade de viajar. “Nenhum dos homens naquele voo estava usando sutiã também, muitos deles têm seios maiores do que eu.”

Em um post no Instagram, Lisa escreveu: “Fui alvo de discriminação na semana passada por uma equipe de solo da Delta Airlines. Ela me retirou de um voo depois que todos já estavam sentados, me exibindo para todos – humilhação e abuso. Tenho certeza de que foi porque não pareço como uma mulher deve parecer, segundo ela. Ela usou uma política para abusar de pessoas que são diferentes”.

Lisa, que é DJ e vocalista e tem o nome artístico de DJette Kiwi, diz que a Delta era uma de suas marcas favoritas, em grande parte por seu histórico de inclusividade.

A Delta não tem um código de vestimenta específico, mas a companhia aérea diz que pode retirar pessoas de seus aviões se a “conduta, traje, higiene ou odor delas criar um risco irrazoável de ofensa ou incômodo para outros passageiros”.

Lisa diz que essa política “deixou uma empresa inclusiva aberta para que intolerantes se utilizassem de sua empresa”.

A Delta não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

Veja outras histórias