Uma quadrilha foi presa em Bruxelas após despachar bagagens com centenas de enguias avaliadas em mais de dois milhões de reais.
O caso aconteceu na última sexta-feira quando as autoridades de imigração de Bruxelas notaram que 18 bagagens de um voo da Qatar eram do mesmo modelo e todas estavam embaladas com plástico em volta. Ao passar pelo Raio-X, notou-se que o conteúdo delas eram iguais, com muito líquido, gerando maior suspeita sobre as malas, que somavam juntas 200 quilos.
Ao abrir as malas foram encontradas centenas de enguias de vidro (Anguilla anguilla) dentro de sacos com água, além de várias garrafas com água congelada que serviriam para diminuir a temperatura no recipiente.
O problema que além de não terem informado que estavam transportando enguias, os passageiros, que tinham como destino final a Malásia, com escalas no Catar e Vietnã, estavam transportando uma espécie ameaçada de extinção.
A enguia de vidro, na realidade, refere-se à fase em que o animal está nos seus primeiros momentos da vida, ainda “bebê”. Estes peixes são capturados nesta fase da vida para serem cultivados em fazendas de enguias, bastante populares na Ásia, principalmente no Japão, onde é conhecido como “peixe mais caro do país” com pratos que custam até R$ 500.
Como não foi conseguido ainda fazer a reprodução em cativeiro e o custo da comida das enguias durante a fase de engorda nas fazendas é altíssimo, o preço da enguia de vidro só tem subido e, inclusive, esta demanda do mercado consumidor tem levado a sua extinção.
Segundo o jornal Brussels Times, as enguias apreendidas no Aeroporto de Bruxelas estão avaliadas em €400 mil euros (R$2,1 milhões). As seis pessoas presas na operação podem pegar uma pena de até 5 anos segundo a lei local.
