Passagens aéreas passam a ser controladas na Argentina para conter aumentos de preços

Foto: Aviacionline

Quatro das companhias aéreas que atualmente operam voos comerciais de passageiros na Argentina concordaram com o governo argentino em aderir ao programa “Preços Justos”, uma ferramenta que estabelece preços para uma cesta variada de produtos e serviços.

Segundo Pablo Ceriani, presidente da Aerolíneas Argentinas, o acordo consistirá em “estabelecer uma trajetória de preços de 4% ao mês por 120 dias a partir de 1º de agosto“.

Isso foi selado em uma reunião realizada esta tarde na sede do Ministério da Economia da Argentina, na qual, além do chefe da companhia aérea estatal, seu diretor comercial, Fabián Lombardo; o CEO da Flybondi, Mauricio Sana, o gerente geral da JetSMART na Argentina, Gonzalo Pérez Corral; e pela Andes Líneas Aéreas seu CEO, Miguel Ziadi e seu Gerente Geral, Horacio Preneste, informou o Aviacionline.

Buscamos continuar fomentando um setor com crescimento recorde desde 2019, que espera registrar 16 milhões de passageiros entre viagens domésticas e internacionais neste ano e que aumentou o número de aeronaves em todas as companhias aéreas”, afirmou Sergio Massa, ministro da Economia .

“Além disso, acertamos uma Mesa de Diálogo para atingir 30 milhões de passageiros em 4 anos”, acrescentou.

Mauricio Sana, CEO da Flybondi , afirmou que esta lhe parece “uma boa iniciativa que visa manter as passagens aéreas acessíveis e competitivas. Mesmo em ambientes desafiadores como o atual, a Flybondi continua comprometida com o objetivo de que cada vez mais argentinos possam viajar de avião”.

Por sua vez, Pablo Ceriani indicou que o acordo “dá previsibilidade e certeza a todo o setor por meio de regras claras, justas e transparentes para todos”, enquanto Perez Corral disse que a reunião “foi muito produtiva”, acrescentando que “o ministro e o secretário entendeu os problemas que surgem nas operações diárias”.

Em junho, o Instituto Nacional de Estatística e Censos (INDEC) informou que a inflação foi de 6%, o que representa uma variação acumulada de 50,7% em 2023 e de 115,5% em termos homólogos. Isso coloca a Argentina como o terceiro país com a maior inflação anual do mundo, depois da Venezuela (429%) e do Zimbábue (176%).

Segundo as últimas projeções da Pesquisa de Expectativas de Mercado (REM) divulgadas pelo Banco Central, a inflação em 2023 deve fechar em torno de 142%.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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