Um piloto francês está respondendo ao tribunal por homicídio culposo devido a um acidente que ocorreu em 2018, quando um paraquedista de wingsuit foi decapitado pela asa esquerda de um avião pilotado pelo réu.
Segundo matéria do britânico The Times, o paraquedista, identificado como Nicolas Galy, era experiente e estava entre outros nove paraquedistas a bordo de uma aeronave Pilatus que decolou em 27 de julho de 2018, na cidade de Bouloc-en-Quercy, na França.
Segundo relatos, cerca de 20 segundos após o salto, o piloto, chamado de Alain C, desceu rapidamente e acabou atingindo Galy e outro paraquedista. Galy não resistiu aos ferimentos.
No tribunal, Alain C, que trabalhava em uma escola de paraquedismo local, admitiu que não havia informado os 10 paraquedistas a bordo da aeronave sobre sua descida e que perdeu de vista os dois paraquedistas com wingsuit, presumindo que eles estivessem longe o suficiente. Ele ainda declarou que Galy não seguiu o curso esperado e que se tratava da “tragédia de sua vida”, mas que ele não era culpado.
A promotora Jeanne Regagnon argumentou que Galy foi o único que seguiu as regras sem negligência, enquanto Alain C foi negligente em sua conduta. A acusação solicita uma pena suspensa de 12 meses para o piloto e uma multa de US$ 10 mil para a escola de paraquedismo, responsável pela aeronave.
Após o acidente, as autoridades de aviação francesas conduziram uma investigação e concluíram que a tragédia foi causada pela falta de instruções aos paraquedistas, pela descida íngreme da aeronave e pela ausência de procedimentos específicos para paraquedistas com wingsuit estabelecidos pela Federação Francesa de Paraquedistas. Como resultado, medidas mais rígidas foram implementadas para regulamentar os voos com wingsuit.
O veredicto do piloto Alain C está previsto para ser anunciado em novembro de 2023. No tribunal, ele enfrenta a acusação de homicídio culposo por sua conduta negligente e que resultou na morte de Nicolas Galy.