Polêmico Michael O’Leary, da Ryanair, critica Boeing pelos problemas no controle de qualidade

Boeing 737 MAX 8 da Ryanair – Imagem: Boeing

Na esteira do recente acidente da Alaska Airlines envolvendo um Boeing 737 MAX 9, o polêmico CEO da Ryanair, Michael O’Leary, juntou-se ao coro de executivos de companhias aéreas expressando apreensões sobre os padrões de controle de qualidade da Boeing. Isso ocorre como a segunda crítica significativa de uma figura proeminente na indústria da aviação, seguindo os comentários do CEO da Emirates, Sir Tim Clark.

O incidente, no qual um plugue (ou painel) de porta em um Boeing 737 MAX 9 se soltou, levantou suspeitas sobre possíveis problemas de sua fabricação ou instalação. A comunidade da aviação está pressionando cada vez mais a Boeing para abordar essas preocupações e garantir a segurança e confiabilidade de suas aeronaves comerciais.

Embora a Ryanair não opere o Boeing 737 MAX 9, a companhia opera o modelo menor MAX 8 em uma configuração de alta capacidade conhecida como 8200. Esta variante difere das operadas por outras companhias aéreas, apresentando saídas de emergência reais em vez de plugues (ou painéis).

Apesar de não ser diretamente impactado pelo incidente recente, O’Leary expressa preocupações sobre possíveis atrasos nas entregas da Boeing e o subsequente impacto nas operações da Ryanair, especialmente durante os meses movimentados de verão.

A Ryanair esperava 27 novas entregas de aeronaves da Boeing a tempo do Natal, mas recebeu apenas 11. Além disso, a companhia esperava até 57 novas aeronaves até abril, mas O’Leary teme agora que eles recebam apenas 50 até o final de junho. Os atrasos são resultado de desafios nos planos de produção da Boeing e pressões na cadeia de suprimentos.

O desafio real tanto para a Airbus quanto para a Boeing é que ambas estão atrasadas em seus planos de aumentar a produção mensal. Grande parte disso são pressões na cadeia de suprimentos. Acredito que tanto a Airbus quanto a Boeing, especialmente a Boeing, precisam melhorar significativamente o controle de qualidade“, enfatizou O’Leary durante entrevista ao The Irish Times.

Preocupações com atrasos nas entregas levaram a Ryanair a expressar incertezas sobre suas estimativas de passageiros para o ano financeiro de 2023/24. A companhia havia projetado cerca de 183 milhões de passageiros, mas reconheceu que o número final permanece incerto devido a problemas contínuos nas entregas.

Conforme noticiado pelo AEROIN recentemente, o presidente da Emirates Airlines, Sir Tim Clark, disse que acreditava que o acidente de sexta-feira era “outra manifestação” de problemas de controle de qualidade na gigante aeroespacial dos EUA.

Clark já havia criticado fortemente a Boeing por causa de preocupações com a qualidade de suas aeronaves recentes e, em particular, problemas para obter a certificação do Boeing 777X, o que causou um atraso de anos na entrega do avião.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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