Início Aviação Militar

Por causa da invasão russa, Lockheed Martin teve que processar fornecedor do F-35

Divulgação – Lockheed Martin

A invasão russa na Ucrânia gerou um efeito colateral não esperado na fabricante do caça de 5ª geração mais popular do mundo, o F-35. Isso porque a gigante de defesa Lockheed Martin, principal fornecedora do governo americano, decidiu processar uma de suas fornecedoras, a Howmet.

Esta empresa herdou um contrato de 2018 que a Lockheed fechou com a RTI para fornecimento de chapas, placas, barras e lingotes de titânio, que é utilizado na construção da fuselagem do F-35 Lightining II, o caça de 5ª geração capaz de decolar e pousar na vertical além de operar em porta-aviões.

O F-35 hoje é o maior projeto do Departamento de Defesa dos EUA em termos de magnitude, já que envolve as suas 3 forças aéreas: os Fuzileiros Navais, a Marinha e a própria USAF, que é a Força Aérea Americana.

E dada a relevância do projeto, quando ele começou a ser desenvolvido no governo de George W. Bush Jr., foi definido como “Prioridade de Defesa”. Neste termo todos os fornecedores e subcontratados devem assinar termos de confidencialidade, exclusividade e também prioridade: caso a empresa tenha outros contratos com o próprio governo, estrangeiros ou civis, ela deve dar prioridade absoluta ao F-35, incluindo atrasar outros contratos e desistir de pedidos, como informa a FlightGlobal.

Caso ela não cumpra isso, estará incorrendo de crime contra o sistema de defesa e pagará multa além do que parte da diretoria pode ser presa. Até o momento, o governo americano ainda não processou alguma empresa por isso, mas pode ocorrer em breve.

A Lockheed alega que Howmet não está mais entregando as peças de titânio e que a alegação seria a discrepância do custo atual e do contratado. Sem muita discussão, a fabricante do F-35 alega que o contrato fechado em 2018 é valido e está sob o ato de proteção do governo, e que a Howmet deve entregar o produto de uma maneira ou outra.

Já a fornecedora alega que não violou nenhuma cláusula e que, devido à invasão da Rússia, que é a maior produtora de titânio do mundo, o preço da commodity no mercado disparou e que hoje é impossível comprar a matéria-prima, transformá-la e repassar para a Lockheed sem ter um grande prejuízo.

Por ter invadido novamente a Ucrânia, o ocidente impôs sanções à Rússia, que ficou impedida de vender titânio para vários países, incluindo para as fabricantes Airbus, Boeing e Embraer, e obviamente a Lockheed Martin ou alguma empresa americana.

Com menos oferta no mercado, as fornecedoras que não fazem parte ou apoiam a Rússia tiveram uma demanda aumentada e subiram os preços.

O caso agora corre na justiça e a Lockheed Martin não informou até o momento se este problema afetará a linha de produção do F-35, e novamente causar atrasos. Até o momento o Departamento de Defesa também não comentou o assunto.

Receba as notícias em seu celular, clique para acessar o canal AEROIN no Telegram. Conheça também nosso perfil no Instagram e nosso canal no WhatsApp.