Porta-aviões aéreo baseado no Boeing 747 já chegou a ser considerado pelos militares dos EUA

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Houve um momento na história da aviação, em particular nos anos 1970, em que o conceito de um porta-aviões aéreo, operado por meio de um Boeing 747, foi seriamente considerado pela indústria militar dos Estados Unidos.

O raciocínio por trás da ideia baseava-se em algumas vantagens estratégicas claras. Um porta-aviões aéreo poderia chegar a áreas distantes do oceano, como o vasto interior da Rússia, por exemplo. Enquanto os porta-aviões navais levam dias para alcançar o campo de batalha, um avião deste porte poderia estar no local em poucas horas.

A necessidade de modernizar as já existentes aeronaves capazes de transportar esquadrões de caças, somada à incapacidade dos caças menores de voar longas distâncias sem reabastecimento, gerou o interesse por entender se um 747 seria capaz de abastecer esses caças em pleno voo.

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Segundo o conceito elaborado, o 747 designado para atuar como porta-aviões aéreo transportaria dez caças em uma configuração empilhada. Para tanto, seria necessário um sistema interno de esteiras capaz de movimentar os caças entre a cabine pressurizada e duas áreas de lançamento e recuperação, que poderiam ser pressurizadas e seladas individualmente, permitindo que o ambiente interno da cabine mantivesse adequado.

No entanto, apesar do estudo inicial mostrar resultados promissores, a força aérea decidiu não investir no projeto, que previa até 10 unidades modificadas do jumbo. Com o acelerado desenvolvimento tecnológico das aeronaves durante a corrida armamentista entre os EUA e a URSS, o conceito de um 747 porta-aviões logo se tornou obsoleto diante de projetos de caças mais avançados e potentes.

Hoje, a ideia de um porta-aviões aéreo ainda agrada a indústria militar, que imagina substituir o 747 por aeronaves cargueiras militares e os caças por drones.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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