Presidente da chilena SKY Airline não descarta a fusão com a Avianca

O presidente executivo da Sky Airlines, Holger Paulmann, não descarta a possibilidade de fusão de sua empresa com a companhia aérea Avianca nos próximos meses. As indicações sobre tal acordo surgiram em outubro de 2021, depois que a low-cost chilena recebeu um investimento significativo do mesmo grupo que administra a companhia aérea colombiana. A Avianca sempre negou qualquer conversa sobre isso.

Em 17 de abril, Paulmann declarou ao jornal chileno El Mercurio que não descarta uma fusão entre as empresas, e que tal fusão é compatível com o objetivo da SKY de chegar ao mercado dos Estados Unidos.

“Chegar aos Estados Unidos é um grande passo para nós e um grande desafio. A Flórida sempre esteve na nossa mira, desde que criamos nosso hub em Lima”, diz Paulmann. “De Lima, muitos chilenos poderão chegar a Miami com tarifas baixas. Essas taxas ainda não foram anunciadas, mas serão muito competitivas.”

Segundo reporta o Aviacionline, a pandemia é um pesadelo do passado: a empresa espera superar os níveis de passageiros de 2019 ainda este ano, chegando a nove milhões de assentos ocupados até o final de 2022. Um cenário completamente diferente do que Paulmann enfrentou há dois anos.

“A insolvência era um risco claro”, disse ele. “Poderíamos ter sobrevivido sem financiamento externo, mas achamos melhor garantir a sustentabilidade do negócio. Encontramos um parceiro perfeito e conseguimos manter nosso pessoal, nossa marca e nossa imagem.”

A SKY optou por oferecer um título conversível representando 40% da companhia aérea, em vez de colocar um valor em toda a empresa. “Como você avalia uma organização quando ela ganha menos de cinco por cento da receita que ganhava antes da crise?”, ele pergunta. “Em última análise, é uma questão de boa fé e o quanto você está disposto a se comprometer pelo melhor interesse da maioria.”

Avianca: mais semelhanças

Embora não confirme que Caoba e Elliot Management, os fundos que detém um grande pedaço da Avianca, sejam os principais compradores dos títulos da Sky, Paulmann admite que há “algumas coincidências dentro dos grupos de interesse que fazem parte do DIP da Avianca”E ele também admite que uma fusão entre as duas companhias aéreas teria alguma lógica.

“[A coincidência] não implica que levará automaticamente a uma fusão SKY-Avianca, devemos conversar sobre isso. Se for adiante, há um processo formal que pode levar meses ou anos. Se virmos que é o caminho a seguir, teremos que iniciar esse processo.”

“Eu não descartaria. A transição pela qual eles estão passando para se tornar uma empresa de baixo custo é um processo que já fizemos no passado e fizemos bem. Somos um caso de destaque, não apenas regionalmente, mas globalmente. Há compatibilidades a serem exploradas entre uma companhia aérea 100% low-cost e uma companhia aérea híbrida como a Avianca.”

“Estamos conversando com a Avianca sobre algumas questões comerciais. A opção de fazer um acordo comercial conjunto está em cima da mesa, estamos finalizando os detalhes técnicos, mas a profundidade do acordo ainda não foi definida”, diz Paulmann.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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