Uma proposta surpreendente partiu do presidente do México, que quer empresas aéreas estrangeiras operando voos domésticos na busca por baixar os preços das passagens.
A proposta em questão foi dada pelo próprio Andrés Manuel López Obrador, presidente mexicano, que tem enfrentado várias questões aeronáuticas em sua gestão, incluindo a tentativa frustrada até aqui de venda do Boeing 787 presidencial e a falta de capacidade no Aeroporto Internacional da Cidade do México.
Segundo a Associated Press reporta, Obrador quer abrir a aviação para aéreas estrangeiras para aumentar a competividade. “Temos que abrir para a competição, isto é democracia. Vamos permitir que as empresas estrangeiras venham, da Europa e dos Estados Unidos, para que possam operar voos dentro do país”.
Atualmente, para uma empresa estrangeira operar no México, é necessário estabelecer uma pessoa jurídica no país e ter todo o trabalho de certificação de uma nova empresa, além de ter sócios mexicanos e empregar trabalhadores daquele país na maioria dos cargos.
A tentativa de Obrador de atrair mais empresas aéreas vem na esteira de um possível fechamento da Aeromar, e também pelas várias tentativas de ressuscitar a Mexicana de Aviación, que fechou as portas em 2010.
Hoje, a única empresa aérea de grande porte no país é a AeroMexico, que já tem em seu quadro social empresas estrangeiras, mas também existem dois outros players, que focam no mercado de baixo custo: a Volaris e a Viva Aerobus, onde a Volaris tem como principal investidor a Indigo Partners, que também controla a americana Frontier Airlines e a chilena JetSmart.
Simplesmente abrir o mercado para voos estrangeiros, porém, pode não resolver a situação, já que o mercado local precisa ser atrativo, com câmbio favorável e fácil de operar para que empresas saiam de seus países para voar no México.
Um exemplo disso é o Brasil, onde empresas estrangeiras podem abrir uma empresa aérea sem necessidade de parceiros locais, mas, de fato, esta mudança não trouxe nenhuma nova empresa aérea e todas as novas candidatas são de investidores brasileiros.