Uma das primeiras mulheres comandantes do país tem 30 anos na cabine e 20 mil horas de voo

Neste ano, a paranaense Claudine Melnik teve um motivo especial para celebrar o Dia do Aviador, uma vez que também atingiu um marco histórico de 30 anos pilotando aeronaves na Latam Airlines. Primeira piloto da história da empresa aérea Latam (antiga TAM), Melnik iniciou a sua carreira em 1992 como comissária de bordo, aos 23 anos de idade.

O começo e o progresso

Quando entrou, ela já possuía as carteiras necessárias para pilotar, mas foi em 1994 que assumiu o cargo de copiloto de aeronaves Caravan C208. Em 1995, tornou-se a primeira mulher comandante de uma linha aérea no Brasil, pilotando aeronaves do mesmo modelo.

Realizou voos domésticos nesta posição durante quatro anos e, quando a companhia adquiriu a sua primeira aeronave para voos de longo curso, fez parte da primeira turma de copilotos que voariam do Brasil ao exterior. Claudine lembra que o seu primeiro voo internacional foi para Miami, nos Estados Unidos.

Atualmente, Claudine é comandante de aeronaves Boeing 787 e 777 em rotas internacionais do Brasil para América do Norte, Europa e África. O Boeing 777, aliás, é o maior avião da frota da LATAM, com capacidade para 410 passageiros. Ao todo, a comandante já acumula mais de 20 mil horas de voos, principalmente em rotas internacionais de longo alcance.

“Desde criança eu tinha muita vontade de voar, não sei exatamente se foi por causa de uma viagem de férias que fizemos em família ou se essa vontade já era anterior. Mas o fato é que desde muito pequena eu me via voando de alguma forma”, afirma Claudine Melnik. Ainda criança, Claudine imaginava voar como seu primo aviador da Força Aérea Brasileira (FAB), que só abriria as suas portas para as mulheres em 1982. Para chegar aos céus, então, realizou aulas teóricas de voo em um aeroclube em Curitiba (PR) e aulas práticas em Juiz de Fora (MG).

Mulher e mãe

Como mulher e mãe de dois filhos, Claudine comenta que sua profissão “exige uma grande doação pessoal”, mas reforça que isso acontece “tanto para os homens como para as mulheres”.

Também acredita que “talvez a aviação seja um pouco mais difícil para as mulheres por conta da própria auto cobrança feminina” e destaca que “como mãe, pratica o eterno exercício da culpa de não estar presente em momentos significativos e insubstituíveis, sempre torcendo para que tudo caminhe bem enquanto está a milhas longe de casa”. Ao final, reflete: “esse ano completo 30 anos de casa e acredito que tudo está na ordem que deveria estar”.

Voar para destinos internacionais é o sonho de muitos pilotos, e na LATAM essa oportunidade é possível desde o primeiro dia de sua carreira como tripulante técnico. Isso acontece porque além de ser a empresa que liga o Brasil ao mundo e o mundo ao Brasil, a companhia realiza voos daqui para o exterior com todos os modelos de aeronaves que possui, sendo narrow-body (aeronaves de um corredor – como os modelos da família Airbus A320) ou wide-body (aeronaves de dois corredores, como os modelos Boeing 767, 787 e 777).

“Realizei o meu primeiro voo internacional na LATAM em 1998 e me lembro como se fosse hoje. Voar para o exterior é um grande objetivo em nossa profissão e fico muito feliz em saber que os meus colegas possuem essa oportunidade desde o seu primeiro dia na companhia”, reforça Claudine Melnik, comandante de Boeing 787 e 777 na LATAM Brasil

Informações da Latam

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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