Professora fica com ferimentos sérios após ser atacada pelo cão farejador de drogas do aeroporto

A professora Kelly Jones esperava ansiosamente para fazer uma viagem à Europa, junto com alunos da escola onde lecionava. O programa foi planejado por meses e executado em conjuntom com os pais, até que em 28 de março de 2022 chegou o dia do projeto se concretizar e eles embarcarem.

No entanto, aquela que deveria ser uma jornada emocionante e descomplicada acabou se tornando um momento traumático para Jones. Enquanto caminhava pelo corredor principal do aeroporto, a professora foi surpreendida por um cão de segurança K-9 da TSA, acompanhado de seu treinador, o oficial William Green.

Rapidamente, o cachorro atacou Jones, mordendo-a com tamanha rapidez que quase não foi possível perceber o momento da mordida na câmera corporal de Green. A vítima, em choque, descreveu o momento como um verdadeiro pesadelo, sentindo-se pálida, fraca e enjoada. Em meio ao desespero, Jones foi tratada pela polícia do aeroporto, enquanto muito sangue saía de seu braço.

Além da surpresa e da dor física, a professora não entendia o motivo do ataque do cachorro, afinal, ela apenas passava pelo corredor. Ela também diz que não fez nada que pudesse provocar a reação do cão, pois mal tinha olhado para ele.

Agora, segundo uma reportagem da imprensa americana, todo esse caso se tornou público por meio de um processo judicial, em que a professora vai contra a Autoridade do Aeroporto Metro-Nashville pedindo uma indenização de US$ 200.000.

Foto do processo judicial

Em resposta ao processo, um advogado do aeroporto alegou que Jones pode ter perturbado o cão de segurança ao passar muito perto dele sem permissão. Inconformada, a professora negou que tenha feito qualquer movimento que pudesse provocar o ataque.

Ainda mais depois de ver a filmagem da câmera corporal de outro oficial do aeroporto, na qual Green, o próprio treinador do K-9, afirma que não foi culpa de Jones. Ao ser questionado pelo colega se ela tentou se aproximar do cão, Green respondeu que não, que ela apenas passou e o animal mordeu seu braço.

Tanto a TSA quanto o MNAA (Metro Nashville Airport Authority) se recusaram a comentar o processo. As informações sobre o cão de segurança em questão só puderam ser obtidas nos autos do tribunal, que revelam que a mordida ocorreu no primeiro dia do animal em sua nova função, após ter sido treinado pela TSA.

Ainda de acordo com os registros judiciais, um examinador de sinistros do seguro do MNAA se recusou a assumir a responsabilidade pelo ataque, alegando que o aeroporto não tem propriedade ou controle sobre os cães treinados pela TSA em suas instalações.

Jones, que teve suas cicatrizes físicas cicatrizadas, ainda lida com as marcas emocionais deixadas pelo ataque. Sempre que precisa ir ao aeroporto, ela está em constante alerta, com medo de encontrar outro cão de segurança. “Isso me deixa apreensiva perto de outros cães“, desabafa.

Em contato com a TSA e o BNA, a equipe de jornalismo da WSMV4 Investigates foi negada quanto ao acesso ao manual de treinamento dos K-9 ou informações sobre outros possíveis casos de ataque. Por isso, a emissora solicitou informações por meio do Ato de Liberdade de Informação para tentar obter esses dados.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

Veja outras histórias