Programa Voa Brasil, de passagens a R$ 200, é adiado novamente e pode até não acontecer

O programa do Governo Federal para passagens a R$200 foi adiado mais uma vez e agora tem um risco de não decolar e ser cancelado.

Foto – DepositPhotos

Batizado de “Voa Brasil”, o programa foi anunciado em março do ano passado pelo então Ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França. A proposta era oferecer passagens aéreas a R$200 se valendo dos assentos não vendidos nos voos.

O valor foi estipulado pelo próprio governo e o benefício seria destinado a estudantes do Prouni e pessoas aposentadas. Chegou a ser ventilado que funcionários públicos também seriam beneficiados, mas isso acabou sendo descartado.

Inicialmente, o governo havia afirmado que não haveria nenhuma contrapartida para as companhias aéreas aderirem, mas que a adesão em si era voluntária. As empresas deram um sinal positivo no início, mas não aprofundaram o assunto, sempre afirmando que precisariam de mais detalhes do governo de como funcionaria de fato o programa.

Por outro lado, também foi trabalhado para que o valor da taxa aeroportuária (algo de R$30 a R$40) fosse convertido em cashback para consumo dentro das lojas do aeroporto de partida. Assim como o governo tentou trabalhar para que houvessem tarifas reduzidas na rede hoteleira, mas nenhum destas duas propostas foi adiante.

Assim o programa seria oficialmente lançado na próxima segunda-feira, dia 5 de fevereiro, durante cerimônia, mas o evento saiu da programação oficial do Presidente Lula que segundo o Planalto teve problemas na agenda e que o lançamento ficaria para “depois do Carnaval” sem data definida.

Como nova informação, a Revista Oeste apontou que o adiamento, na verdade, é um cancelamento, com o governo descartando o projeto. O motivo seria que as companhias aéreas estariam exigindo contrapartidas que não puderam ser atendidas pelo governo agora.

As empresas aéreas teriam demandado que o governo abrisse uma linha de crédito para financiamento, assim como uma redução no querosene de aviação, o QAV. Esta redução no combustível já havia sido descartada pela Petrobrás, que inclusive cancelou uma reunião que teria com Lula e as companhias aéreas.

Sem incentivos para reduzir o custo, as empresas não se mostraram dispostas a aderirem ao programa, o que de uma certa maneira tira a possibilidade de faturamento nas passagens de última hora, que tem uma margem de lucro maior na chamada “compra de necessidade”.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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