Uma estratégia intrigante da companhia aérea do Golfo Pérsico, tem chamando a atenção nos últimos meses: uma aeronave Boeing 777-300ER com 354 assentos voando pelo céu sem (ou quase sem) passageiros a bordo.
A situação parece curiosa e pode fazer parte de algum plano não publicamente detalhado da Qatar Airways. De acordo com informações do jornal suíço aeroTELEGRAPH, a empresa aérea opera diariamente os Boeing 777 com poucos ou nenhum passageiro a bordo entre as cidades de Melbourne e Adelaide, na Austrália.
Uma análise dos dados de voo, corroborada por fontes internas contatadas pelo site suíço, revela que o número de passageiros no voo QR-988 de Melbourne para Adelaide, em média, está na casa dos dígitos únicos. Há até voos em que não há ninguém a bordo. Em contraste, o voo de volta, QR-989, de Adelaide para Melbourne, apresenta uma popularidade ligeiramente maior, com média de passageiros varia de 20 a 35.
A motivação por trás dessa medida não convencional de voar com prejuízo não é clara, mas pode estar relacionada à não concessão de direitos de voo por parte da Austrália à Qatar e à necessidade da companhia “marcar terreno”.
Assim como já havia feito antes, a companhia solicitou aumentar suas frequências para a Austrália e introduzir voos adicionais entre Doha e diversos destinos populares australianos. No entanto, esse pedido foi novamente recusado pelo governo australiano em julho. Lembrando que a restrição se aplica apenas aos principais aeroportos, como Melbourne, Sydney, Brisbane e Perth.
Para destinos secundários, como Adelaide ou Canberra, não há tais restrições. Por isso, a Qatar Airways continua operando para essas localidades, pois são consideradas destinos finais, o que não afeta o limite de 28 voos semanais permitidos para a empresa do Oriente Médio.
A rota para Adelaide, com escala em Melbourne, não desperta grande interesse entre os passageiros. Um dos motivos é a longa parada em Melbourne, que é necessária devido às restrições de voos noturnos em Adelaide. Inicialmente, essa espera era de onze horas, mas foi reduzida para pouco mais de cinco horas. Durante essa parada, a Qatar Airways não pode embarcar passageiros locais.
Evidentemente, essa abordagem está sendo observada com desconfiança pelo governo australiano. A permissão para os voos com destino a Adelaide depende da disponibilidade efetiva de passagens e capacidade de carga oferecidas pela Qatar Airways. O Ministério dos Transportes da Austrália disse que está monitorando essa situação de perto.
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