Redução do preço do combustível de aviação é solicitada ao Governo do Brasil e à Petrobras pela IATA

A Associação do Transporte Aéreo Internacional (IATA) informa nesta segunda-feira, 11 de dezembro, que está solicitando ao Governo Federal do Brasil e à empresa estatal de petróleo Petrobras que revejam o mecanismo de preços do querosene de aviação (QAv) no Brasil, que é um dos principais desafios enfrentados pela indústria aérea no país.

Segundo a Associação, que representa cerca de 320 companhias aéreas que compõem 83% do tráfego aéreo global, o preço do querosene de aviação no Brasil é excessivamente alto e não reflete a realidade de um país produtor de petróleo.

Peter Cerda, vice-presidente regional da IATA para as Américas, ressalta que a posição de monopólio da Petrobras e os custos administrativos adicionais cobrados resultam em preços de combustível de aviação artificialmente inflacionados.

“Além disso, uma pesada carga tributária sobre o querosene para voos domésticos impacta ainda mais negativamente a competitividade do setor. Consequentemente, o querosene de aviação representa cerca de 40% dos custos totais para as empresas aéreas brasileiras, enquanto a média mundial está atualmente em torno de 30%, em um momento de preços excepcionalmente altos em todo o mundo”, diz Peter Cerda.

Ele acrescenta que a aviação é um setor vital para a economia e o desenvolvimento social do Brasil, citando como exemplo o ano passado, quando o setor contribuiu com US$ 27,5 bilhões para o PIB do país e gerou 1,1 milhão de empregos.

“Apesar disso, o Brasil tem um número muito baixo de voos per capita, com 0,4 viagens por ano, o que significa que o brasileiro médio mal faz uma viagem a cada dois anos. Em comparação, o americano médio faz 2,6 viagens por ano, e o português médio faz 4,5 viagens por ano. Com uma população de mais de 200 milhões de habitantes, existe potencial para que mais brasileiros voem, mas o alto custo do querosene de aviação torna as viagens aéreas mais caras, impedindo que mais brasileiros possam voar”, explica Cerda.

A IATA salienta que, ao adotar as melhores práticas globais, o Brasil pode impulsionar seu setor de aviação e se beneficiar do aumento da conectividade, do turismo e do comércio, e que a Associação está pronta para se envolver com as partes interessadas, oferecer sua experiência e apoio para participar desse esforço e ajudar mais brasileiros a ter acesso a viagens aéreas acessíveis.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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