O aeroporto mais central e próximo do poder americano, o Ronald Reagan Internacional, terá mais voos de longa distância muito em breve.
O Senado americano aprovou uma lei, no último dia 15, que trata de diretrizes, orçamento e políticas da FAA, a Administração Federal de Aviação Civil dos Estados Unidos.
Um dos principais pontos da legislação, que já tinha o aval de Joe Biden antes mesmo da votação, é o fato de colocar isenções na regra de 650 milhas em torno do Aeroporto Internacional Ronald Reagan, que fica às margens do Rio Potomac, onde inclusive é rota de pouso das aeronaves que devem evitar toda a área do National Mall, incluindo Capitólio e Casa Branca.
Esta restrição foi colocada em 1966, quando os voos comerciais com jatos viraram uma febre nos EUA e o Aeroporto Reagan começou a ficar abarrotado de aviões maiores. Desde então, quaisquer rotas que fossem abertas tinham que respeitar a regra do destino estar a 650 milhas terrestres (1.046 km) ou menos.
Isso acabou incentivando de certa maneira os voos regionais, mas deixou o monopólio das rotas longas já existentes com aéreas tradicionais, como American Airlines e United Airlines, principalmente para cidades da costa oeste, como Denver, Las Vegas, Los Angeles, Seattle e São Francisco.
Enquanto o Aeroporto de Washington Dulles acabou absorvendo novos voos, políticos da costa oeste têm brigado com os da costa leste para mudar a regra, que agora terá uma isenção: 5 novas rotas poderão ser abertas além do limite de 650 milhas.
A FAA deverá liberar os slots (par de horário de pouso + decolagem) em até 60 dias, e qualquer companhia aérea interessada poderá se candidatar, mas a regra de distribuição será por variedade de serviço, para favorecer a concorrência.
A regra aplicada no Reagan serviu inclusive de base para as restrições colocadas no início deste ano no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, que inicialmente tinha colocado uma limitação de destino bem agressiva, apenas para aeroportos não internacionais, mudada para distância, mas com isenção de Brasília. Por fim, uma regra intermediária foi aprovada e limitou não os destinos, mas o volume de passageiros, a fim de incentivar voos no Galeão.