Os reguladores europeus da aviação descartaram a possibilidade de permitir que voos comerciais de passageiros voem com apenas um piloto até 2030. Segundo Andrea Boiardi, gerente do órgão regulador, a Agência de Segurança da Aviação da União Europeia (EASA), voar totalmente com um único piloto é “absolutamente irrealista” porque a automação não avançou o suficiente, relata a Reuters.
Para voos solo, que seriam limitados à fase de cruzeiro, apenas os aviões mais avançados seriam autorizados e pilotos mais experientes seriam os únicos que poderiam ficar sozinhos no cockpit. Enquanto isso, a indústria da aviação deseja acelerar o processo para ajudar a aliviar a escassez de mão de obra, pois isso permitiria que pelo menos um piloto descansasse durante viagens de longa distância.
No entanto, a segurança deve ser priorizada, de acordo com a EASA. A agência começou a estudar a questão, mas para que o voo solo seja autorizado, as companhias aéreas e seus sindicatos de pilotos precisam dar o aval. Por enquanto, os planos de voos solo são motivo de controvérsia entre companhias aéreas e grupos de pilotos, como a Associação de Pilotos de Linha Aérea (ALPA), que acredita que a segurança é melhor garantida com dois pilotos na cabine de comando.
A Airbus e a Dassault estão estudando o conceito, mas a presidente-executiva da Air France, Anne Rigail, disse à Reuters que as operações de piloto único não são uma prioridade. A resistência do consumidor pode resultar em voos de piloto único começando com voos de carga, disseram autoridades do setor, embora a EASA não faça distinção entre eles.
Como a segurança continua sendo a principal preocupação, os reguladores estão avaliando o assunto com cautela e a indústria espera que as mudanças sejam implementadas gradualmente. Testes de conceito poderiam, inclusive, ser realizados a partir de 2027.
