Sancionada, Bielorrússia pode trocar frota da Belavia por aviões ‘não-ocidentais’

O governo da Bielorrússia vai impor sanções retaliatórias às companhias aéreas da União Europeia e do Reino Unido em retaliação às sanções impostas recentemente à Belavia, disse o Ministério das Relações Exteriores em um comunicado. As autoridades bielorrussas não especificaram a natureza das sanções propostas. 

As companhias aéreas europeias já evitam sobrevoar, bem como operar para a Bielorrússia, depois que a Agência de Segurança da Aviação da UE (EASA) recomendou que os voos contornassem o país, em maio deste ano. A decisão foi uma resposta ao desvio forçado de um Boeing 737 da Ryanair para prender um jornalista dissidente da oposição e sua parceira que estavam a bordo.

Além de estar na lista negra de voos para a UE, a companhia aérea local, Belavia, também foi forçada a rescindir todos os seus contratos de arrendamento com entidades da UE, reporta a Reuters. Com isso, a empresa não pode usar uma boa parte de sua frota.

Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores da Bielorrússia prometeu intensificar seus laços com a Rússia e outros países da União Econômica da Eurásia (Armênia, Cazaquistão e Quirguistão). A Belavia disse que também consideraria alugar ou comprar aeronaves de fabricantes e locadores não ocidentais em resposta às sanções.

Outras recentes sanções contra a Belavia estão relacionadas a um esquema de contrabando de migrantes, supostamente orquestrado pelas autoridades de Minsk. Embora a companhia aérea estatal não tenha sido acusada de organizar ativamente o transporte de migrantes do Oriente Médio para Minsk e depois para as fronteiras com a Letônia, Lituânia e Polônia, muitos desses voaram a bordo da companhia aérea. 

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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