O CEO da Ryanair, a maior companhia aérea de baixo custo da Europa, revelou em entrevista que a empresa tem visto um declínio preocupante nos padrões de qualidade das aeronaves Boeing 737 MAX recém-construídas nos últimos 18 meses.
Em entrevista à CNN dos EUA, Michael O’Leary afirmou que a Ryanair começou a notar uma queda geral nos padrões de qualidade dos novos aviões 737 MAX ainda em 2022, após a pandemia da COVID-19.
“Estávamos encontrando coisas pequenas como ferramentas sob assoalhos e, em alguns casos, cabos de assentos faltando“, disse O’Leary à CNN. “Isso demonstra falta de atenção aos detalhes e problemas de qualidade na Boeing”, acrescentou o CEO. Segundo O’Leary, diante de tais preocupações, a Ryanair manteve contato constante com a Boeing “nos níveis mais altos” para comunicar suas preocupações.
“Estamos dizendo há 18 meses, tanto publicamente quanto em particular para a Boeing, que o controle de qualidade pós-COVID na fabricação de aeronaves não tem sido aceitável e precisa ser melhorado”, afirmou O’Leary.
O CEO acrescentou que a Ryanair inspeciona todas as novas aeronaves 737 MAX entregues à companhia aérea em suas próprias instalações de manutenção em Dublin, na Irlanda, antes de entrarem em serviço comercial com a transportadora. Essas verificações duram cerca de 48 horas e a aeronave só é liberada para serviço depois de ser aprovada por engenheiros da Ryanair.
“Não estamos dispostos a colocar uma aeronave em serviço na Ryanair a menos que estejamos totalmente convencidos de que tudo está lá e como deveria estar”, disse ele. “Não é aceitável que as aeronaves sejam entregues com menos de 100% de perfeição.”
Os comentários de O’Leary chegam em um momento em que a Boeing continua a ser alvo de intensa fiscalização por parte do público e das autoridades de aviação nos EUA após uma série de incidentes de grande repercussão que começaram com o incidente de despressurização da Alaska Airlines em janeiro de 2024.
