Sindicato acusa British por alojar comissários em acomodações próximas à favela e pilotos no centro da cidade

Boeing 777-200 da British Airways – Imagem: Nabil Molinari, CC BY-NC-SA 2.0, via Flickr

A British Airways se vê envolvida em polêmica enquanto seus membros da tripulação de cabine são acomodados em um hotel com vista para a expansiva cidade de Khayelitsha, na Cidade do Cabo, África do Sul. Essa cidade, conhecida como uma das maiores da África, ganhou notoriedade devido às altas taxas de criminalidade e preocupações com segurança, particularmente destacadas pela trágica morte de um médico britânico no ano passado.

Em um memorando inflamado, o sindicato que representa a tripulação, BASSA, criticou a British Airways pelo que eles consideram tratamento discriminatório. O sindicato acusa a companhia aérea de segregação, com a tripulação de cabine predominantemente feminina sendo acomodada em um hotel nos arredores de Khayelitsha, caracterizado como “um dos cinco maiores guetos do mundo inteiro“, enquanto os pilotos masculinos desfrutam de acomodações luxuosas no centro da Cidade do Cabo.

Khayelitsha, lar de aproximadamente dois milhões de residentes, lida com pobreza e violência generalizadas, fatores que contribuem para sua reputação como uma área insegura. O sindicato afirma que as medidas de segurança da British Airways, incluindo a provisão de guardas armados para o transporte do aeroporto para o hotel, são insuficientes para garantir a segurança de seus membros da tripulação, reporta o Paddle Your Own Kanoo.

A escolha do hotel, localizado a mero 1,2 quilômetro do local de um assassinato anterior, levantou alarmes dentro do sindicato, enfatizando ainda mais os riscos percebidos associados aos arranjos de hospedagem.

A tomada de decisão da British Airways em relação ao alojamento tem sido criticada pelo BASSA por falta de transparência, com alegações de acordos secretos favorecendo os pilotos em detrimento da tripulação de cabine.

Isso ocorre após disputas anteriores entre o sindicato e a companhia aérea, incluindo preocupações com políticas de uniformes que levaram a confrontos sobre a roupa íntima aceitável para as mulheres da tripulação.

A companhia aérea ainda não respondeu publicamente a essas alegações, deixando sem resposta questões sobre seu compromisso com a segurança e o tratamento equitativo de seus funcionários.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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