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Sindicato se pronuncia após comissária de voo perder guarda do seu bebê ao voltar ao trabalho

O caso de uma comissária que perdeu a guarda do seu filho logo após retornar ao trabalho ganhou repercussão e o Sindicato da categoria se posicionou sobre o assunto.

Foto – DepositPhotos

O processo veio à tona quando a comissária, que trabalha hoje na Azul, foi até as redes sociais denunciar a situação. Ela que é natural de Manaus e trabalha em Campinas, foi morar em Maringá após o nascimento do seu filho para que ele pudesse estar mais próximo da família do seu pai.

Passado o período de licença-maternidade, a mãe deixou o filho provisioriamente com o pai para que pudesse retomar a sua vida profissional, fazendo os treinamentos adequados para voltar a voar.

No entanto, ao voltar para a sua casa, teve a notícia que o pai da criança pediu a guarda do bebê, que foi aceita pela justiça. A decisão teria sido tomada pelo juiz após o genitor se valer do fato que a mãe trabalha em escala e viaja constantemente.

Revoltada com a situação, a mãe então criou um movimento, incluindo uma vaquinha para tentar reverter a decisão, veja o depoimento dela.

Já o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) tomou conhecimento da decisão judicial, supostamente embasada na justificativa equivocada de que a rotina de trabalho na aviação não permite que mães prestem os cuidados necessários a seus filhos. Segundo o SNA, “a participação da mulher no mercado de trabalho é uma realidade, sendo perfeitamente possível a conciliação do trabalho na aviação com a maternidade”.

Na legislação que regula a atividade profissional de pilotos e comissários de voo, existem diretrizes específicas para possibilitar e coadunar o exercício profissional com a maternidade.

A Convenção Coletiva de Trabalho da aviação regular atualmente em vigor prevê um regime de trabalho diferenciado e específico para aeronautas em retorno de licença maternidade, o que é conhecido como “escala mãe”.

Além disso, as empresas aéreas podem determinar outros programas complementares em suas políticas internas para criar um ambiente de trabalho inclusivo e facilitar a conciliação entre a maternidade e a carreira de suas tripulantes.

“A conscientização da diversidade e da igualdade de gênero na aviação é um processo contínuo. O SNA é contra práticas discriminatórias que limitam o avanço profissional das tripulantes e repudia quaisquer preconceitos que reforçam a violência contra as mulheres”, disse o SNA em nota.

Várias comissárias comentaram na publicação do SNA no Instagram dando o seu relato, em que demonstram sim que é possível ser mãe e tripulante, sem prejudicar o crescimento da criança e nem o sucesso profissional.

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