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A recente decisão do governo português de instalar o novo Aeroporto de Lisboa no antigo Campo de Tiro do Alchochete, historicamente utilizado pela FAP – Força Aérea Portuguesa na era do avião de ataque e caça A-7 Corsair II, levantou os ânimos na companhia de bandeira de Portugal.
O novo aeroporto para alguns portugueses ainda soa como promessa para alguns portugueses que conversamos nesta semana em Lisboa: “Já nos prometeram tanto, são 40 anos com vários anúncios parecidos, espero que saia, mas só acredito quando estiver pronto” disse o taxista João Castro, que leva passageiros diariamente do Portela (oficialmente Aeroporto Humberto Delgado) até os principais pontos da capital portuguesa.
Dentre as promessas e propostas do governo português, está a instalação dele na Base Aérea de Montijo, do outro lado do Rio Tejo, bem próximo da icônica ponte Vasco da Gama. Porém, o local é pequeno e a intenção passou por ser apenas um aeroporto auxiliar (de maneira que se tem em São Paulo com Congonhas e Guarulhos ou em Nova York com LaGuardia e JFK).
Mas esta proximidade com o próprio Portela acabou por minguar os planos, além do espaço limitado para expansões, e fez com que a proposta não fosse adiante. O Alcochete, que se chamará oficialmente Aeroporto Luís de Camões, em homenagem ao conhecido poeta português, fica não distante de Montijo, tem um outlet próximo e o tempo estimado até o centro de Lisboa é de 50 minutos por carro em condições normais.
Até o momento, não está prevista nenhuma ligação por trem (chamado Comboio) ou por metrô, mas o governo ainda analisará a questão de vias de acesso e mobilidade.
E durante a premiação TAP Awards 2024 para os melhores agentes de viagens parceiros da empresa de bandeira lusa, o AEROIN conversou com o CEO da companhia, Luís Rodrigues, sobre o assunto.
Ele demonstrou estar animado, mas também considera que ainda é prematuro cravar algo: “Ainda é muito cedo para falar nisso. O anúncio tem uma semana, e acho que agora há uma sensação de finalmente, ao menos neste momento há um caminho, mas este caminho há a ser traçado, percorrido, portanto, temos que trabalhar com quem vai gerir este projeto para que conseguíamos contribuir para contribuir com nosso cliente, com nossa experiência, para que este caminho seja percorrido mais rapidamente possível e o resultado final sirva para todos”.
“O arrastar deste tema sistematicamente nas últimas décadas já era uma coisa que não fazia sentido, estamos muito contentes com este anúncio e vamos dar a contribuição para que este caminho seja feito”, conclui Luís.
Em meio de esta situação está naturalmente a política, o país está em período eleitoral, com grande embate de vários espectros, e naturalmente o aeroporto, assim como a TAP que tem visto seus planos de privatização serem postergado semestre após semestre, se torna parte do debate, tanto nas ruas como nos palanques.
Até o momento toda a construção do Aeroporto Camões será bancada pelo governo português, que espera até o final da década estar com uma operação inicial no novo equipamento, enquanto o Portela será reformado para manter as operações num nível melhor que o atual, até que o novo aeroporto luso seja 100% concluído, incluindo aí a segunda pista para operação simultânea, um grande sonho de Lisboa, a qual é a única grande capital europeia que conta com apenas uma pista no seu principal (e no caso único) aeroporto.
Na realidade, apenas Luxemburgo, por ser um país muito pequeno, não tem um aeroporto com duas pistas na sua capital, considerando todas as nações da Europa Ocidental.
Esta reforma no Portela deverá ficar a cargo parcialmente do governo e da ANA, a qual é a administradora privada de todos os aeroportos portugueses e é controlada pela francesa VINCI, que também administra o Aeroporto de Salvador da Bahia no Brasil.
É naturalmente esperado que a ANA também administre Camões, mas isto é algo que o governo português ainda irá definir e espera conversar com a VINCI muito em breve.
