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Tim Clark, CEO da Emirates, critica Boeing e o controle de qualidade de suas aeronaves

Boeing 737 MAX 9 – Imagem: Boeing

Na noite de sexta-feira (5), um incidente a bordo do voo AS-1282 da Alaska Airlines, envolvendo um Boeing 737 MAX 9, levantou questões sobre o controle de qualidade da fabricante de aeronaves. Sir Tim Clark, presidente da Emirates, não hesitou em criticar a empresa americana, descrevendo a despressurização rápida durante o voo como “outra manifestação” dos problemas contínuos que a Boeing enfrenta há anos.

Clark, uma figura respeitada na indústria da aviação, expressou sua preocupação sobre os problemas de controle de qualidade persistentes na Boeing, destacando que a empresa tem enfrentado essas questões por um período considerável.

Na última segunda-feira (8), ele afirmou à Bloomberg: “Eles têm problemas de controle de qualidade há muito tempo e esta é apenas mais uma manifestação disso“. Apesar das críticas, Clark reconheceu que a Boeing está se esforçando para superar esses desafios, mas enfatizou que a situação atual não é favorável.

Os investigadores ainda não determinaram a causa do acidente, embora o National Transport Safety Board (NTSB) tenha indicado que uma falha de projeto provavelmente não foi responsável. A possibilidade de uma instalação inadequada ou fabricação fora das especificações do plugue de saída de emergência está sendo considerada como causa potencial.

Vale destacar que, apesar das recentes críticas, a Boeing não enfrenta apenas desafios, mas também conquistas. Durante o Dubai Air Show do ano passado, a empresa recebeu um importante pedido de novas aeronaves Boeing 777X e 787 Dreamliner, avaliado em até US$ 52 bilhões pelo valor de tabela. Isso representa uma vitória significativa sobre o concorrente Airbus.

A decisão da Emirates de optar pela Boeing em vez da Airbus durante o evento foi atribuída à insatisfação de Clark com o desempenho dos motores a jato Rolls-Royce XWB-97, que equipam as aeronaves A350-1000 da Airbus. Embora Clark tenha expressado críticas ao trabalho da Boeing nos últimos anos, a decisão de escolher a empresa americana destaca que, apesar dos desafios, a confiança no desempenho e na qualidade de suas aeronaves ainda prevalece em alguns setores do mercado.

Um ponto particular de preocupação para a Boeing é o atraso significativo no Boeing 777X, programado para ser entregue no próximo ano, no mínimo, devido a problemas de certificação. Esse atraso pode afetar a reputação da empresa e levanta questões sobre sua capacidade de cumprir prazos importantes.

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