United diz que a FAA não sabe qual inspeção deve fazer no Boeing 737 MAX 9

Foto – DepositPhotos

A suspensão dos voos do Boeing 737 MAX 9, após o jato da Alaska ter perdido um painel da fuselagem, em formato de porta, durante o voo não está muito clara para a United Airlines. A empresa, que nasceu como subsidiária da Boeing, é a única nos EUA a voar com o 737 MAX 9, além da concorrente Alaska Airlines, a qual sofreu o acidente e foi a primeira a paralisar o voo com todos os aviões do modelo.

No entanto, a United tem 79 unidades do MAX 9, sendo a maior operadora do modelo no mundo e, obviamente, acima dos 65 jatos que a Alaska possui. Em nova nota enviada à imprensa, ela não deu detalhes do por quê de não voltar os voos com o jato, apesar da concorrente já ter feito isso.

A Administração de Aviação Federal dos EUA, a FAA, determinou que todos os aviões 737 MAX 9 registrados nos EUA façam uma inspeção adicional no painel da porta que se desprendeu. Este procedimento foi colocado praticamente um dia após o acidente e poderá durar até 8 horas.

Muitas críticas surgiram desta “velocidade” em gerar uma inspeção sem mesmo o painel ter sido encontrado (e que a própria FAA não sabe exatamente onde está e já pediu ajuda dos cidadãos americanos para encontrá-la).

Esta rapidez para dar uma solução paliativa poderia indicar que já se saberia a raiz do problema, mas este não é o caso, gerando dúvidas sobre as decisões da FAA, que não deu mais detalhes ao público e nem às próprias companhias aéreas sobre o procedimento a ser feito.

A United disse que o próximo passo para seguir a Diretriz de Emergência da FAA é que a Boeing envie uma mensagem oficial aos operadores sobre o que exatamente deve ser feito, que é uma “espécie” de recall.

Segundo a companhia aérea, a própria FAA irá usar o conteúdo desta mensagem da Boeing para determinar como as empresas irão cumprir a Diretriz. A United diz que se adiantou e já removeu as portas do 737 MAX 9 e fez algumas inspeções visuais, mas nada profundo, e que está aguardando a FAA para finalizar o procedimento.

Esta nota oficial tem um tom de cobrança para que a FAA ou libere a aeronave de vez ou mande que todos os jatos fiquem no chão, já que foi colocada uma inspeção sem instruções claras ou vazia, que pode ser insegura ou inócua. A agência federal por sua vez não deu esclarecimentos adicionais no final de semana para o público e as empresas aéreas, mas um novo posicionamento da FAA é esperado ao longo desta semana.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

Veja outras histórias