Outra notícia impactante que vem como resultado da crise da Covid-19 é a da aposentadoria precoce do Boeing 747 na KLM, cujo último voo pode ser feito no próximo final de semana.
Apesar de estar totalmente confirmado pela companhia – a qual já fez o anúncio da aposentadoria antecipada, mas não deu data exata – o voo de domingo da Cidade do México para Amsterdã pode ser o último.
Segundo informações disponíveis no FlightRadar24, a rota entre o México e a Holanda está confirmada para ser executada pelo 747 de passageiros da KLM. Mas, depois dessa viagem, não há mais agenda para a aeronave até o final do ano (independente do fechamento das fronteiras ao redor do mundo).
Fontes na companhia aérea nos informaram que o último voo será mesmo o KL686, que decola do domingo da Cidade do México. Ainda não existe uma aeronave e matrícula confirmados para o voo.
A penúltima rota do modelo será uma ligação entre Amsterdã e Paramaribo, capital do Suriname, que faz fronteira com o norte do Brasil.
Uma bela história com “Kombi” e um fim indesejado
A KLM foi uma das grandes operadoras do Jumbo, como é conhecido o Boeing 747. Recebeu a primeira unidade em 1971, da variante 747-200. Ao todo, foram 17 unidades desse modelo, sendo sete da variante Combi assim como todos os 747-300 que a empresa operou. O nome é um acrônimo da palavra inglesa combined (passageiros + carga) e também faz alusão à perua da Volkswagen.
O motivo da KLM optar por essa incomum versão do Jumbo é simples: as rotas especiais.
A Holanda conta com diversos territórios ultramarinos como herança da época colonial, sendo a maioria deles no Caribe. Alguns ganharam independência, como o Suriname, e outros ainda são parte do Reino como as Antilhas, famosas na aviação pelo Aeroporto de Saint Maarten, onde o 747 reinou por anos.
Para atender a estas localidades, que possuem forte conexão com os Países Baixos, o 747 Combi se tornou o produto ideal, afinal, a demanda por carga é grande por serem locais mais isolados.
Atualmente, a KLM opera as três variantes de maior sucesso do 747-400: a Combi (400M), a Cargo (400F) e a normal que é a -400. Até onde se tem notícia apenas a Eva Air de Taiwan também alcançou este feito.
A outra versão que restou do 747-400 é a 400D, de alta densidade, utilizada exclusivamente pelas empresas japonesas ANA e JAL, que levavam até 660 passageiros, mas esta é outra história.
O Boeing 747-400M Combi da aérea holandesa leva 268 passageiros além de 32 contêineres do tipo LD1. Já a versão normal tem capacidade para 408 passageiros. Para saber se o Jumbo da KLM é ou não Combi basta olhar para a traseira da fuselagem no lado esquerdo, as versões Combi possuem uma porta de carga para facilitar o carregamento.
Na frota atual da KLM, atualmente há dez 747, sendo cinco da versão Combi, dois de passageiros e três cargueiros. Dada a demanda por carga gerada pela crise do Coronavírus, a versão cargueira continuará a sua operação por mais um tempo.