Aérea colombiana será investigada por vender passagens sem ter aviões para honrá-las

A Procuradoria-Geral da Colômbia iniciou uma investigação sobre as pessoas físicas e jurídicas envolvidas em uma suposta fraude da Ultra Air, a empresa aérea de baixo custo que suspendeu todas as operações no final do mês passado. A empresa, que tinha apenas cinco aviões, vendeu mais de 300.000 passagens em média a US$ 80 cada, sem a infraestrutura necessária para prestar o serviço.

Entre os que estarão sob a lupa da entidade acusadora, estão Carlos Ríos, como sócio; David Bojanini, Presidente do Conselho de Administração; e William Shaw, além de outros responsáveis ​​pelo suposto golpe. A Ultra Air, que estava em operação há menos de um ano, deixou de funcionar na noite de 29 de março de 2023, logo após a crise financeira que se alertava.

A saída da terceira companhia aérea com maior representatividade no mercado colombiano colocou em xeque seus fornecedores e arrendadores de aeronaves, que passaram a exigir pagamento imediato. Poucos dias antes da Semana Santa, quase 70.000 pessoas ficaram sem opção de viajar, e 17 rotas domésticas que ligam cidades com praias foram canceladas, reportou o La Opinión.

A morte da companhia aérea de baixo custo provocou um caos nos aeroportos, deixando 8,1% do mercado aéreo colombiano sem atendimento. Até então, a Ultra Air movimentou mais de dois milhões de passageiros e 510.567 usuários no país. A única companhia aérea de baixo custo que ainda se mantem no mercado é a Wingo, com 3% de participação. Antes da Ultra Air, a Viva Air já havia deixado de voar.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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