Aéreas e Boeing devem ter pouco impacto financeiro por causa da suspensão do 737 MAX 9

Divulgação – Alaska Airlines

A paralisação dos voos com o Boeing 737 MAX 9 após uma porta tampão sair voando em pleno voo terá pouco impacto financeiro. Analistas do mercado financeiro apontam que a pequena frota do modelo globalmente (215 em serviço atualmente) reduzirá os danos causados pela paralisação temporária do modelo.

Na realidade, apenas alguns países e companhias aéreas suspenderam, de fato, os voos com a aeronave, sendo a sua maioria aqueles que usam o MAX 9 em voos longos onde normalmente o jato é configurado para menos assentos (que são mais espaçosos), o que, por sua vez, faz aumentar o alcance máximo do avião.

É nesta versão com menos assentos que a porta tampão é instalada no lugar da porta tradicional com amplo funcionamento (e travamento). Apenas uma parte dos operadores hoje do 737 MAX 9 não tem a porta tradicional.

As ações da Boeing caíram 8% na Bolsa de NY na primeira abertura após o acidente do último dia 5 de janeiro. Para Ronald Epstein, do Bank of America, o efeito nas ações da fabricante e nas encomendas futuras do jato será pequeno e “aparentemente é um erro no controle de qualidade e não uma falha no design da aeronave”, aponta o analista à Skift.

Já o analista Savanthi Syth, da Raymond James Financial, aponta que o impacto para as companhias aéreas será equivalente a um ou mais dias de problemas operacionais causados por tempestade ou nevasca, com cancelamentos significativos em parte da malha, mas sem gerar um colapso total.

As aéreas também se beneficiarão que janeiro é um mês de baixa temporada nos EUA, sem feriados e sem férias escolares, onde os voos são reduzidos e se tem mais aeronaves disponíveis para substituírem os 737 MAX 9 parados.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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