Dois anos depois do Airbus A380 ter sua linha de produção encerrada, a Airbus se prepara para receber alguns desses aviões colossais em Toulouse para inspeções de asas. A fábrica, inaugurada em 2004, é um dos poucos edifícios industriais altos o suficiente para acomodar o A380 e é o segundo maior edifício do mundo em espaço utilizável.
A produção dos A380 cessou em 2021 e agora uma parte da vasta sala de montagem Jean-Luc Lagardere é dedicada à linha de produção do A321neo, transição que será aberta formalmente na próxima segunda-feira, informa o Aviacionline.
Além desse reaproveitamento de espaço e conversão de linhas de produção para a aeronave de corredor único mais bem-sucedida desta década, a Airbus abrigará vários A380 de seu maior cliente, a Emirates, para inspeções e possíveis reparos após detectar trincas em algumas longarinas.
Para se preparar para isso, uma instalação de inspeção dedicada ao “A380 Emirates” dentro da fábrica está em construção desde dezembro. O projeto está previsto para durar até o terceiro trimestre de 2024.
Conforme relatado pela Reuters, a Airbus também concordou em fornecer bônus especiais aos trabalhadores envolvidos neste projeto, aplicados retroativamente desde o final do ano passado. Um porta-voz da Airbus confirmou seu apoio às inspeções em Toulouse, destacando seu compromisso com este grande projeto de reparo.
A Emirates, companhia aérea com sede em Dubai, minimizou a importância dessas inspeções, afirmando que elas não representam nenhuma preocupação imediata de segurança e previu um impacto mínimo em suas operações. O programa de reparo seguirá prazos especificados com base na data de instalação de cada asa.
“Grande parte do trabalho será realizado no Centro de Engenharia da Emirates, com a Airbus nos oferecendo suporte MRO (manutenção e reparo) adicional em Toulouse”, comentou um porta-voz da companhia aérea. O tempo de inspeção e reparo por aeronave dependerá em grande parte das descobertas, mas espera-se que a média seja de cerca de 60 dias.
O presidente da Emirates, Tim Clark, também disse que o problema teria “muito pouco impacto em nosso lucro operacional”.