Após a perda de peça em voo pelo Boeing 737 MAX 9, veja o que determina a Diretriz Emergencial 2024-02-51

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Como amplamente repercutido pela mídia desde ontem, 6 de janeiro, a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) ordenou a parada temporária de uma parte das aeronaves Boeing 737 MAX 9 operadas por companhias aéreas dos EUA ou que façam voos no território dos EUA. Esta decisão foi acompanhada de uma Diretriz de Aeronavegabilidade Emergencial, cujas informações podem ser conferidas nesta matéria.

A medida de paralisação temporária para inspeções foi tomada depois de uma aeronave deste modelo (matrícula N704AL e operada pela Alaska Airlines) ter perdido em voo uma grande peça, utilizada para tampar uma saída de emergência não ativa, já que esta saída só é efetivamente ativada (instalada) em aviões com configuração de alto número de assentos a bordo.

Para os 737 MAX 9 com menos assentos, como este da Alaska, a peça é instalada no lugar da porta/janela de saída de emergência e, embora pelo lado de fora seja possível ver o contorno deste acesso, por dentro os passageiros veem o revestimento interno da aeronave, como se fosse apenas mais uma das janelas.

Quando o tampão se soltou e foi arremessado para fora pela pressão interna da aeronave, a despressurização repentina levou junto para o exterior todo o painel de revestimento interno, como foi possível observar nas imagens da ocorrência. Não havia passageiro no assento da posição.

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Após o problema ter acontecido na sexta-feira, 5 de janeiro, a Diretriz de Aeronavegabilidade de Emergência 2024-02-51 foi emitida no sábado, 6, pela FAA, exigindo que os operadores inspecionem as aeronaves afetadas antes de novos voos.

Uma Diretriz de Aeronavegabilidade (AD) é um documento emitido pela Autoridade de Aviação Civil, de cumprimento obrigatório, visando eliminar uma condição insegura existente em um produto aeronáutico, com probabilidade de existir ou de se desenvolver em outros produtos do mesmo projeto de tipo. Quando se trata de uma necessidade de atenção imediata, é emitida como Diretriz de Aeronavegabilidade de Emergência.

“A FAA está exigindo inspeções imediatas de certos aviões Boeing 737 MAX 9 antes que possam retornar ao voo”, disse o administrador da FAA, Mike Whitaker. “A segurança continuará a orientar nossa tomada de decisão enquanto auxiliamos na investigação do NTSB sobre o voo 1282 da Alaska Airlines.”

O modelo MAX-9 é operado pelas seguintes companhias aéreas: Aeroméxico (México), Air Tanzania (Tanzânia), Alaska Airlines (EUA), Copa Airlines (Panamá), Corendon (Holanda), flydubai (Emirados Árabes Unidos), Icelandair (Islândia), Lion Air (Indonésia), SCAT Airlines (Cazaquistão), Turkish Airlines (Turquia) e United Airlines (EUA)

Segundo a FAA, as inspeções exigidas levarão cerca de quatro a oito horas por aeronave, e afetam aproximadamente 171 aviões em todo o mundo, do total de pouco mais de 220 deste modelo em operação. Os detalhes da Diretriz são apresentados a seguir.

DATA: 6 de janeiro de 2024
AD#: 2024-02-51

A Diretiva de Aeronavegabilidade de Emergência (AD) 2024-02-51 é enviada aos proprietários e operadores dos aviões The Boeing Company modelo 737-9.

Determinação da FAA

A FAA está emitindo esta AD porque a agência determinou que a condição insegura descrita anteriormente pode existir ou se desenvolver em outros produtos do mesmo tipo de projeto.

Ação Provisória

A FAA considera esta AD uma ação provisória. Se uma ação final for posteriormente identificada, a FAA poderá então considerar mais regras.

Data de Efetividade

Esta AD de emergência entra em vigor no momento de seu recebimento.

Aplicabilidade

Esta AD aplica-se aos aviões The Boeing Company modelo 737-9, certificados em qualquer categoria, com um tampão instalado na porta do meio da cabine.

Condição Insegura

Esta AD de emergência foi motivada por um relato de uma perda durante o voo de um tampão da porta do meio da cabine, que resultou em uma rápida descompressão do avião. A FAA está emitindo esta AD para abordar a potencial perda de um tampão da porta intermediária da cabine durante o voo, o que pode resultar em ferimentos aos passageiros e à tripulação, impacto do tampão no avião e/ou perda de controle do avião.

Conformidade

A partir do recebimento desta AD de emergência, novos voos serão proibidos até que o avião seja inspecionado e todos as ações corretivas aplicáveis tenham sido executadas usando um método aprovado pelo Gerente, AIR-520, da Filial de Segurança Operacional Continuada da FAA.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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