A volta dos voos para a China tem causado incômodo em algumas companhias aéreas, que veem uma vantagem injusta para os chineses e reclamam.
A China foi o primeiro epicentro da pandemia e um dos últimos países a reabrir a sua fronteira após o fim da política de tolerância zero. Com isso, as empresas aéreas estrangeiras finalmente se sentiram confortáveis em retomar os voos sem medo da tripulação ficar de quarentena ou receberem punições que levariam a prejuízos. No entanto, um outro problema surgiu.
A Rússia decidiu invadir a Ucrânia exatamente um ano atrás e, por questão de segurança e também por sanções contra Putin, os aviões ocidentais não estão sobrevoando mais o espaço aéreo russo. Mas esta restrição não está sendo seguida pelo governo chinês e suas companhias aéreas, criando uma diferença de duração de voos (o que se reflete em menos custos).
“É uma vantagem indevida, eles voam sobre a Rússia, tem uma vantagem sobre nós. Entre Paris e Seul estamos gastando 3 horas a mais de voo”, afirmou o CEO do Grupo Air France-KLM, Ben Smith, ao Financial Times.
Já o CEO da Finnair, Topi Manner, disse que isso prejudica todas as empresas aéreas europeias que voam para a Ásia: “Nós pensamos que isto significa que será difícil ter lucro em voos para cidades secundárias na China”.
A Rússia não tem dado sinais que irá desistir do avanço na Ucrânia e a situação pode ficar desta maneira por anos.
Mas não é a primeira vez que o espaço do país é evitado, já que as empresas aéreas europeias evitam a região do conflito desde a invasão da Crimeia em 2014, antes mesmo da derrubada de um Boeing 777 da Malaysia por forças pró-Rússia. Mas, antes mesmo da guerra, a Rússia cobrava tarifas altas de sobrevoo e algumas empresas já evitavam o sobrevoo por conta disso.
