Avião decola e voa por 16 horas para lugar nenhum por causa de apagão

Divulgação – Air New Zealand

Um voo da Air New Zealand decolou, voou por mais de 16 horas e pousou no mesmo lugar de saída, por causa de um apagão do outro lado do mundo. O voo para “lugar nenhum” foi feito num Boeing 787-9 Dreamliner que decolou de Auckland para Nova Iorque, numa longa viagem que normalmente dura em média 15 horas, mas que desta vez foi mais longa mesmo sem chegar ao destino.

Quando a aeronave já tinha passado da metade do caminho, os pilotos receberam uma notificação de que a Administração Federal de Aviação dos EUA, a FAA, informava que o Terminal 1 do Aeroporto JFK em Nova Iorque estava sem energia.

Um painel de energia do local acabou pegando fogo, gerando o problema, sem ter pontes de embarque, balizamento, ar-condicionado e luzes funcionando.

No Aeroporto de JFK, os terminais em sua maioria tem “donos”, que são companhias aéreas que administram cada terminal de maneira independente dos outros, e podem controlar sua operação.

O T1 é operado pelas empresas Air France, Japan Airlines, Korean Air e Lufthansa, sendo utilizado também por outras companhias, na maioria delas da Star Alliance, como a Air New Zealand. Já o T4 é da Delta, o T5 da JetBlue e o T8 pela American Airlines, e estas empresas não quiseram ceder o espaço para a Air New Zealand, a ITA Airways e a Korean Air, pois isso afetaria seus voos.

A única exceção foi a Eva Air, que conseguiu negociar com a Delta um espaço no T4, podendo realizar o seu pouso. Assim sendo, sem local para parada, a Air New Zealand decidiu mandar de volta o avião para Auckland ao invés dele continuar o voo e pousar em outro grande aeroporto americano, que poderia ter problema de slot.

Assim, o voo fez meia-volta e finalmente pousou em Auckland mais de 16 horas após ter decolado da mesma cidade. Muitas pessoas criticaram no Twitter a decisão da companhia, que teria focado mais na facilidade de resolução do problema do que na comodidade para os passageiros.

No entanto, há de se considerar que a operação em grandes aeroportos dos EUA exige coordenação prévia e nem sempre é simples, pois são terminais saturados e com coordenação de horários de pousos e decolagens.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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