
A Boeing precisa ser liderada por engenheiros para conseguir sair de sua atual crise, afirmou Tim Clark, presidente da Emirates Airline, na quarta-feira (27), de acordo com uma matéria da CNBC.
Na segunda-feira, a Boeing anunciou que o CEO Dave Calhoun deixará o cargo no final do ano, como parte de uma ampla reestruturação da gestão. A gigante aeroespacial americana está mais uma vez imersa em controvérsias após uma recente série de falhas técnicas em pleno voo. A mais notória ocorreu em 5 de janeiro, quando um painel da porta de um Boeing 737 Max 9 da Alaska Airlines se soltou durante o voo.
A Federal Aviation Administration (FAA) e o Departamento de Justiça dos EUA intensificaram o escrutínio sobre o fabricante de aeronaves; a FAA limitou a produção do 737 a 38 aeronaves por mês enquanto investiga as práticas de fabricação da empresa. Já em 6 de janeiro, todos os 737 Max 9 da Boeing equipados com tampas de porta foram proibidos de voar para inspeção, embora logo depois tenham recebido permissão para voar novamente.
“Para resolver os problemas da Boeing, a empresa precisa de um forte líder de engenharia no comando, aliado a um modelo de governança que priorize a segurança e a qualidade”, disse Clark, que lidera a Emirates.
Analistas de aviação e ex-empregados da Boeing criticaram a suposta marginalização dos engenheiros nos altos escalões de gerência da empresa. Eles observam que, dentre os principais executivos da Boeing, o único com formação em engenharia era Stan Deal, CEO em final de mandato da divisão de aviões comerciais da Boeing. Ele está se aposentando e será sucedido por Stephanie Pope, a nova COO da Boeing, conforme anunciado na segunda-feira.
“Se essa troca de guarda, mais uma vez, irá resolver os problemas da Boeing, só o tempo dirá, mas, infelizmente, o tempo não está a seu favor”, disse Clark em comentários enviados por email. “Eu sugeriria que um pensamento lateral sério seja implementado o mais rápido possível”.