Caem as sanções da UE contra uma controversa companhia aérea síria

Foto: Cham Wings

A empresa Cham Wings, baseada no aeroporto de Damasco, foi removida da lista de empresas sancionadas pela União Europeia. Isso significa que, em tese, pode fazer voos para países da UE, se assim desejar e receber aprovação para tal, assim como pode fazer negócios com empresas europeias, como a Airbus, por exemplo.

A decisão é interessante, já que a empresa passou anos sob efeito de sanções da Europa e ainda segue sob embargo dos Estados Unidos. Além disso, no ano passado, a própria Europa acusou a Cham Wings de transportar refugiados do Oriente Médio para a Bielorrússia, de onde tentariam entrar ilegalmente na Europa.

Outro ponto central e contraditório dessa liberação refere-se ao fato de que o próprio bloco europeu colocou novas sanções sobre a Síria, na semana passada. Um dos novos sancionados é Issam Shammout, aliado do presidente Bashar al-Assad e acusado de recrutar mercenários para a Rússia lutar na guerra da Ucrânia. O mais curioso, e bizarro, é que ele é o dono da Cham Wings.

Enquanto a UE aliviou o relacionamento com a empresa aérea síria, ela segue sancionada pelos Estados Unidos sob o argumento de que “trabalhou com funcionários do governo sírio para transportar combatentes para a Síria”.

Para os EUA, a companhia aérea apoiou o serviço de inteligência militar sírio no transporte de armas e equipamentos para o regime sírio. As sanções foram registradas em 2016 pelo Departamento do Tesouro americano e perduram até hoje.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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