O executivo-chefe da Emirates, Tim Clark, voltou a falar sobre sua preocupação com o fato das fabricantes de aeronaves não estarem mais se dedicando a modelos de maior capacidade, do porte do Airbus A380, por exemplo. Para ele, isso será um problema no futuro, na medida em que os aeroportos de vários locais do mundo (como Londres), não mais suportarão novos voos.
A tese de Clark é que o número de passageiros em todo o mundo crescerá rapidamente a taxas de 4% a 6% ao ano, enquanto o número de slots nos aeroportos permanece limitado. Portanto, aeronaves de alta capacidade são necessárias. Apesar da Emirates ter 118 Airbus A380, com capacidade para quase 500 pessoas cada (na configuração com a Premium Economy), Clark acha que, depois que esses modelos ficarem antigos, não haverá substitutos à altura.
Suas propostas, no entanto, são das mais variadas. Uma das alternativas preferidas de Clark seria um A380 modernizado, com asa e fuselagem compostas (feitas de materiais mais sofisticados e leves, embora resistentes), bem como motores mais econômicos, capazes de reduzir o consumo em 25% para com relação aos atuais.
No entanto, a mais recente descoberta sobre os planos do executivo foi publicada numa matéria do site Flight Global, na semana passada, quando ele disse que está disposto a aceitar um avião sem janelas.
“Não quero janelas”, disse Clark em um evento nos EUA. “Posso criar janelas individuais com uma câmera”. A grande vantagem disso, no seu ponto de vista é “eliminar o peso que é embutido na estrutura da aeronave através das janelas”.
Todas as ideias anteriores, se somadas, poderiam tornar o A380 numa “máquina de fazer dinheiro”. Hoje, as empresas que usam o jumbo da Airbus (exceto a Emirates), criticam abertamente a aeronave e o fato de ser ineficiente para com relação aos bimotores mais modernos. Portanto, para que o avião seja lucrativo, ele precisa voar sempre cheio.
A Airbus, por sua vez, não parece muito inclinada a reviver o projeto do A380 e nem a Boeing sinalizou desejo num concorrente. Da mesma forma, fora a Emirates, nenhuma outra empresa aérea do mundo indicou que tem tal demanda, deixando a companhia emiradense isolada nesse pleito no cenário mundial.
