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Chegou a hora: quem vai ficar com a italiana ITA Airways?

Imagem: ITA Airways

Chegou o dia em que a ITA Airways – ou melhor, que o governo italiano – ansiava, já que se encerrou à meia-noite do dia 6 de julho o prazo para apresentação de ofertas vinculativas de empresas interessadas em ficar com a sucessora da Alitalia, relata o Aviacionline.

Muita coisa aconteceu desde que a Alitalia fechou suas portas e a novíssima ITA deu continuidade ao negócio, em outubro do ano passado, ainda em meio a um panorama complicado pela premente realidade econômica da empresa, a pandemia e, depois, pela guerra na Ucrânia e a disparada do preço do combustível. Um grande desafio, certamente.

As ofertas

A imprensa italiana calcula que tudo isso combinado levou a uma desvalorização da empresa em cerca de 500 milhões de euros, mas, ainda assim, as ofertas teriam sido as esperadas por Roma, dado o contexto.

Pelo que consta, a Lufthansa e MSC, juntas, ofereceriam entre 800 e 850 milhões de euros, consideravelmente menos do que o 1 bilhão que planejava oferecer e muito menos do que os 1,2 a 1,4 bilhão que o estado italiano estabeleceu como valor do ITA em dezembro de 2021.

Por sua vez, o fundo de investimento norte-americano Certares ofereceria entre 550 e 600 milhões, uma queda percentual menor, uma vez que inicialmente havia sugerido um investimento entre 600 e 800 milhões, embora com um percentual de participação menor. 

A Lufthansa-MSC quer ter controle de 80% do pacote de ações. O Certares não confirmou publicamente sua participação esperada, mas certamente será maior do que a Itália pretende abrir mão.

Outra diferença entre os licitantes é a velocidade para assumir as rédeas da empresa: a Lufthansa gostaria de assumir imediatamente, enquanto a Certares precisará de um tempo de transição para recuperar o atraso e encontrar um parceiro operacional que lhe permita manter os esquemas operacionais até 2023 para que a Air France assuma o controle, juntamente com a Delta Air Lines, mesmo que esta esteja ligada do lado puramente comercial.

A verdade é que o governo italiano está ansioso e com pressa para resolver as ofertas e pode definir o novo proprietário ainda esta semana: sabe que um atraso ou uma terceira rodada de negociações pode baixar ainda mais o preço do ITA, além de continuar gastando o dinheiro do povo local.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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