Comissário de bordo não pôde começar a quimioterapia devido às políticas da empresa aérea

Um comissário de bordo baseado na Filadélfia, da American Airlines, chamado Jace, foi às redes sociais do Sindicato de tripulantes para contar sua história desde que foi diagnosticado com câncer testicular há menos de um ano. No entanto, além de compartilhar seu caso, ele também expôs uma certa demora para iniciar o tratamento por conta de burocracias da companhia aérea.

Embora seus médicos tivessem recomendado uma cirurgia e quimioterapia imediatas, tirar um tempo integral para a terapia poderia significar perder o emprego. De acordo com o sindicato dos comissários de bordo da American Airlines, quando Jace compartilhou seu diagnóstico com a gerência, em dezembro, eles informaram que ele “não se qualificava para FMLA”.

A Lei de Licença Médica Familiar (FMLA) exige que os patrões ofereçam 12 semanas de férias não pagas, mantendo a posição do funcionário. Contudo, para ser elegível a isso, o empregado deve ter trabalhado 1.250 horas ou mais nos 12 meses anteriores, o que Jace atendia às exigências, mas não tinha trabalhado por 12 meses ainda. Devido a isso, a American Airlines não era legalmente obrigada a lhe fornecer a licença médica.

Ele solicitou licença para uma cirurgia, mas ainda assim teve um ponto de advertência por descumprimento. O sistema de atendimento da American Airlines oferece pontos por não comparecer ao trabalho, mesmo em dias de licença médica permitidos contratualmente.

Uma falta justificada durante períodos de trabalho mais movimentados poderia levar o empregado a uma avaliação de desempenho ruim e até mesmo a demissão.

Segundo o sindicato, “ninguém da gerência ligou para ver como ele estava depois da cirurgia. Ninguém se interessou por como ele estava ou quando planejava voltar.” Isso deixou Jace preocupado com sua situação de emprego. Ele não podia fazer quimioterapia sem arriscar perder o emprego. Acabou adiando até o governo federal obrigar a American Airlines a dar-lhe licença sob o FMLA, no verão passado.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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