IATA pede que Paquistão e Bangladesh liberem US$ 720 milhões em receitas de companhias aéreas

Avião Boeing 777-200ER PIA Pakistan International Airlines AP-BMH
Imagem: Sidowpknbkhihj / CC BY-SA 3.0, via Wikimedia

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) instou os governos do Paquistão e de Bangladesh a liberar mais de 720 milhões de dólares em receitas de companhias aéreas que estão atualmente retidos em violação de acordos internacionais.

Esta quantia substancial é composta por US$ 399 milhões retidos no Paquistão e US$ 323 milhões em Bangladesh, fundos que as companhias aéreas estão lutando para repatriar desses mercados, informa o Aviacionline.

Philip Goh, Vice-Presidente Regional da Ásia-Pacífico da IATA, enfatizou a natureza crítica deste problema, declarando que a repatriação oportuna de receitas é essencial para que as companhias aéreas cubram despesas denominadas em dólares, como aluguéis, peças de reposição, taxas de sobrevoo e combustível.

Segundo Goh, o atraso não apenas viola as obrigações internacionais, mas também aumenta os riscos de câmbio, ameaçando assim a eficiência operacional das companhias aéreas e a dependência econômica da conectividade aérea em ambos os países.

O processo para repatriar fundos no Paquistão é particularmente complexo, envolvendo múltiplos obstáculos burocráticos como a necessidade de fornecer certificados de auditoria e certificados de isenção de impostos, que adicionam atrasos desnecessários. A situação em Bangladesh, embora mais padronizada, ainda enfrenta problemas de priorização dentro de seu Banco Central, afetando o acesso do setor de aviação à troca de moeda.

Goh também destacou as implicações econômicas mais amplas da redução da conectividade aérea, apontando seu potencial para limitar o crescimento econômico, o investimento estrangeiro e as exportações em ambas as nações. “As companhias aéreas operam com margens muito apertadas e devem priorizar os mercados com base na confiança que têm em poder pagar suas despesas“, explicou, sublinhando a urgência de soluções para facilitar o fluxo de fundos retidos.

Os setores de aviação tanto no Paquistão quanto em Bangladesh foram contribuintes significativos para suas respectivas economias antes da pandemia de COVID-19. No Paquistão, a aviação apoiava cerca de 425.000 empregos e gerava 2,8 bilhões de dólares em atividade econômica, com números de passageiros que voltaram aos níveis pré-COVID em 2023 e espera-se que cresçam mais de 2,5 vezes até 2040.

De forma semelhante, em Bangladesh, o setor apoiava cerca de 125.000 empregos e contribuía com 728 milhões para a economia, com expectativas de crescimento semelhantes após a recuperação.

A IATA tem interagido com os governos de ambos os países para priorizar a aviação e garantir que as companhias aéreas estrangeiras possam remeter seus lucros de forma eficiente. A associação continua esperançosa de que, com um esforço conjunto e a cooperação governamental, os bloqueios financeiros atuais possam ser resolvidos, assegurando assim o futuro das viagens aéreas internacionais no Paquistão e em Bangladesh.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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