Comissário de voo brasileiro que usava identidade falsa é condenado nos Estados Unidos

Um brasileiro, que construiu sua vida e carreira como comissário de bordo da United Airlines usando a identidade de um cidadão norte-americano morto, foi condenado a um programa de tratamento de saúde mental e pode ser deportado de volta ao Brasil.

Ricardo Cesar Guedes chegou a um acordo judicial com os promotores em que admitiu assumir ilegalmente a identidade de Willian Ericson Ladd – um menino de quatro anos de Atlanta que morreu em um acidente de carro no estado de Washington em 1974. Quando Guedes se mudou do Brasil para o Estados Unidos, ele conseguiu convencer um oficial de passaportes a emitir um passaporte americano em nome de William Ladd.

Depois de ter o passaporte, Guedes construiu sua vida em torno de sua nova identidade e passou a se chamar Eric Ladd. Ele conseguiu um emprego como comissário de bordo na United Airlines, onde trabalhou por décadas antes de finalmente ser pego, quando os agentes de prevenção de fraudes do Departamento de Estado identificaram ‘vários indicadores’ e ordenaram uma investigação criminal no final de 2020.

Segundo o Houston Chronicle, os investigadores rastrearam a identidade de Ricardo, onde puderam comparar as impressões digitais que ele enviou para seus documentos de identidade brasileiros na década de 1990 com as impressões digitais que ele forneceu à United Airlines em nome de Eric Ladd.

A equipe técnica da Alfândega e Proteção de Fronteiras comparou os dois conjuntos de impressões digitais e determinou que eram compatíveis. Guedes foi detido em setembro de 2021 no aeroporto de Houston, quando embarcava em um voo trabalhando como comissário de bordo. 

Ele se disse culpado por fazer uma declaração falsa em um pedido de passaporte e falsa representação de um cidadão dos EUA. Ele foi condenado, inicialmente, a sete meses de prisão, já completados. Guedes também deve cumprir um ano de liberdade condicional e participar de um programa de tratamento de saúde mental. 

Após sua prisão, a United Airlines confirmou que Guedes havia sido demitido. 

Ao proferir a sentença, o juiz do Tribunal Distrital dos EUA, George C Hanks Jr, disse que Guedes era “um bom homem que basicamente cometeu um erro muito trágico para realizar seu sonho”.

Ele foi avisado de que enfrenta a perspectiva de ser deportado para o Brasil.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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