Copiloto que sacou arma em voo para o comandante foi dispensado da Força Aérea por recusar vacina

Detalhes do grave incidente na cabine de comando de um voo nos EUA surgiram e foi revelado que o copiloto que sacou a arma para o comandante é militar.

Divulgação – Delta

O copiloto que sacou a arma para o comandante em outubro, durante um voo da Delta Air Lines, foi indiciado, como relatado no AEROIN anteriormente. Ele tinha autorização legal para portar uma pistola a bordo dos voos, como parte do programa antiterrorismo colocado pelos EUA após o 11 de setembro de 2001.

Agora, foi revelado um outro processo dele, de 2021, mas contra o Pentágono e a Força Aérea Americana (USAF), para ele não ser vacinado contra o coronavírus alegando questão religiosa.

Segundo o portal Military.com, Jonathan J. Dunn era Oficial da Reserva Ativa da USAF, que começou a exigir a vacinação de todos os seus membros, seguindo a ordem da Casa Branca.

Antes de ir para a Reserva Ativa, o piloto tinha um grande histórico como aviador militar, tendo entrado na USAF em 2003 através da sua universidade no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva, tendo migrado para o serviço ativo após a sua graduação, e voando aviões de ataque em diversas missões no Afeganistão. Ele continuou na ativa até 2014 quando já era Major, e passou para a Reserva Ativa onde foi promovido para Tenente-Coronel.

Dunn e seus advogados afirmaram que a vacinação se tornou algo “sacramental”, como fosse uma espécie de novo ritual religioso para ser aceito na sociedade, comparando a imunização aos sacrifícios que se faziam na época de Júlio César, de Roma, e de outros famosos líderes do passado.

Por causa disso, e por ser cristão, Jonathan não poderia tomar a vacina, já que seria considerado um ritual de adoração a outra entidade e ele “como cristão deve prestar adoração apenas a Deus”, segundo consta no processo.

O caso foi parar na Suprema Corte junto de outros similares movidos por militares da USAF. Porém, o Tribunal entendeu que a vacinação em si não tem a ver com religião e sim com questões de saúde, por 6 a 3 decidiram que o pedido não viola a constituição e que o Pentágono tem sim o direito de exigir vacinação.

Logo, foi dada a opção de vacinar-se ou sair da força, sendo esta a escolha de Dunn, que foi para a reserva não-ativa, e entrou na Delta Air Lines em seguida. Após ir para o setor civil, ele entrou no programa FFDO, que treina pilotos para agirem em situações de sequestro de aeronaves, portando uma pistola Glock G19 no calibre 9mm ou similar.

Mesmo trabalhando no setor civil, por não ter se aposentado, Dunn precisa fazer treinamento por alguns dias do ano. E, para isso, dias após o voo em que sacou a arma para o comandante, ele viajou para a Alemanha para fazer treinamento na Base Aérea de Ramstein, a maior e principal base aérea americana na Europa e também sede do Comando Aéreo da OTAN.

O piloto estava fazendo treinamento de reciclagem no 603º Centro de Operações Aéreas, quando a notícia do indiciamento pelo saque no voo da Delta foi emitido pela justiça. Em decorrência disso, ele teve seu acesso aos sistemas militares suspenso e foi enviado de volta aos EUA para responder ao processo. No próximo dia 16 ele terá a sua primeira audiência sobre o caso.

A Delta Air Lines informou que ele foi demitido logo após a ocorrência no voo e a TSA informou que ele foi excluído do FFDO, assim como teve seu porte de arma federal revogado.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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