Um decreto publicado pelo Governo Federal pode prejudicar as operações das companhias aéreas americanas no Brasil já em janeiro.
Com a volta da reciprocidade dos vistos para cidadãos americanos, o Governo Lula acabou também revogando uma decisão anterior, de 1995, que previa isenção de vistos para tripulantes americanos.
A ideia do governo atual é ter reciprocidade total, algo que foi retirado para países como EUA, Japão e Austrália pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Porém, o decreto que revogou a decisão anterior e sua aplicabilidade foram mal feitos, e também estão sendo pessimamente executados.
Um exemplo é que o México continua exigindo visto físico para brasileiros, mesmo em trânsito, enquanto o Brasil não exige visto de mexicanos, apesar do acordo deste ano que previa a transição para vistos eletrônico sem necessidade de visita à uma representação do governo mexicano.
Agora um outro problema bate à porta: com a volta da exigência de vistos para americanos, inclusive para tripulantes, os cidadãos dos EUA deveriam tirar um visto online, o que seria simples e rápido, mas não é o que está acontecendo.
O AEROIN tem recebido reclamações e vídeos de vários tripulantes americanos que entram no site da Embaixada do Brasil em Washington, mas o formulário de pedido simplesmente não carrega (por má programação de código e não sobrecarga do servidor) e o telefone da Embaixada não atende em nenhum horário.
E aqui tem um vídeo mostrando como tá o incrível site e feito também nas coxas da @BrazilinUSA para emissão de vistos.
— AEROIN (@aero_in) December 7, 2023
O número também não atende! @ItamaratyGovBr atrapalhando mais uma vez a aviação brasileira! pic.twitter.com/ShloM3xpH6
Com isso, existe um temor sobre o que acontecerá a partir do dia 10 de janeiro, quando o decreto de reciprocidade total, que foi recebido de maneira negativa no setor de turismo, começará a valer.
Na prática, isto impediria dos tripulantes americanos, que cumprem 60% dos voos dos EUA para o Brasil, segundo levantamento do O Globo, pudessem voar para o país, gerando possíveis cancelamentos.
Entidades do setor têm avisado o Planalto sobre a situação e suas consequências, mas até agora o Itamaraty não tomou providências sobre o assunto.