Na última quinta-feira, 7 de setembro, o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos Estados Unidos (NTSB) emitiu o relatório final sobre a investigação do incidente de falha incontida de motor do Boeing 777-200 da United Airlines, que ocorreu em 20 de fevereiro de 2021 nos minutos iniciais após a decolagem.
Na ocasião, o voo 328 da United Airlines estava subindo, cruzando 12.500 pés de altitude cerca de 5 minutos após a partida do Aeroporto Internacional de Denver (DEN), nos Estados Unidos, quando o motor direito, modelo Pratt & Whitney PW4077, sofreu separação total de blades (lâminas ou pás) do fan (ventilador frontal), evento denominado “fan blade out” (FBO).
Video of the uncontained engine failure aboard UAL 328 pic.twitter.com/3H4YHvKeE2
— OSINTtechnical (@Osinttechnical) February 20, 2021
A falha resultou na subsequente separação do revestimento do bocal de entrada do motor, da estrutura de suporte da carenagem do fan e de componentes da entrada, das carenagens do fan e dos reversores de empuxo, bem como um incêndio no motor.
A tripulação declarou emergência e pousou o avião sem incidentes no aeroporto de partida cerca de 24 minutos após a decolagem:
Não houve feridos aos passageiros ou tripulantes, nem ferimentos no solo devido a destroços, no entanto, um veículo e uma residência sofreram danos quando impactados por partes do motor.
O relatório preliminar já havia indicado que foi identificada uma falha de propagação de trinca por fadiga de material na pá do fan, e agora, o relatório final apresenta a causa provável e os fatores contribuintes.
Segundo o NTSB, a causa provável do incidente foi realmente a falha por fadiga da pá do fan do motor direito.
Contribuiu, para a falha da pá, a inspeção inadequada das pás, que não conseguiu identificar indicações de rachaduras de baixo nível, e a frequência insuficiente dos intervalos de inspeção do fabricante, o que permitiu que as rachaduras de baixo nível se propagassem sem serem detectadas e, finalmente, resultou na falha por fadiga.
Contribuiu, para a gravidade dos danos ao motor após a falha da pá do fan, o projeto e o teste da entrada do motor, que não conseguiu garantir que ela pudesse dissipar adequadamente a energia para conter da falha e, portanto, limitar maiores danos de uma pá do fan em evento de fan blade out em voo.
Contribuiu, para a gravidade do incêndio no motor, a falha do flange “K” após a quebra da pá do fan, o que permitiu que gases de ignição quentes entrassem na nacele e causou danos a vários componentes que alimentavam fluidos inflamáveis para a nacele, permitindo ao incêndio propagar-se além da área inferior do capô e entrar nos reversores, onde não poderia ser extinto.