A noite de domingo foi marcada por cenas caóticas no aeroporto Makhachkala Uytash, localizado no Daguestão, no extremo sul da Rússia. Milhares de manifestantes invadiram o terminal e o campo de aviação, deixando ao menos duas pessoas gravemente feridas, conforme as autoridades russas e a mídia relataram.
As redes sociais foram inundadas com vídeos mostrando a multidão invadindo o aeroporto, caminhando em direção às aeronaves estacionadas, inclusive com passageiros a bordo. Os manifestantes teriam sido atraídos pelo rumor de que um avião vindo de Tel Aviv, em Israel, pousaria em Makhachkala, o que aumentou a tensão no local.
Em meio ao caos, muitos dos manifestantes foram ouvidos gritando “Allahu Akbar” (Deus é Maior), enquanto perseguiam pessoas que suspeitavam serem israelenses ou judeus.
As forças especiais russas tiveram que intervir, enviando helicópteros militares para dispersar a multidão com balas de borracha e, possivelmente, munições reais.
O Daguestão, que faz parte da região do Cáucaso, é habitado por cerca de 3,1 milhões de pessoas, em sua maioria muçulmanos. Embora oficialmente seja chamada de República do Daguestão, sua soberania é subjugada à Rússia desde 1813.
De acordo com informações, o voo regular da Red Wings Airlines, proveniente de Tel Aviv, pousou em Makhachkala por volta das 19h15 de domingo e rapidamente foi cercado pelos manifestantes, que invadiram a pista de pouso.
A situação no aeroporto se agravou a ponto de ser fechado até o dia 6 de novembro. O motivo exato do prolongamento do fechamento não foi revelado, mas as autoridades locais garantiram que estão trabalhando para restabelecer a ordem no local.