A Embraer vem buscando afirmar seu lugar no mercado chinês há longos anos, porém, até o momento, sem grandes sucessos. Na medida em que o país asiático se caminha para se tornar o maior mercado de aviação do mundo, a empresa tem esperanças de que a situação mude.
Recentemente, o CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, concedeu uma entrevista à Aviation Week onde também tratou desse tema.
O executivo destacou que a Comac, companhia chinesa que compete com a Embraer, lançou dois modelos: o ARJ-21 e o C919, em que o primeiro tem 80 assentos e o segundo mais de 160. Com isso, Gomes Neto acredita que o modelo da Embraer, com 90 assentos, se encaixa exatamente naquilo que o país necessita: aeronaves médias, que não sejam grandes para uma operação de maiores proporções, mas que não destinem tão poucos assentos.
“Pode ser uma grande oportunidade para melhorar a eficiência do tráfego aéreo na China”, disse o CEO da Embraer.
No último mês, executivos da Embraer acompanharam Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, em uma viagem à China. O acordo bilateral assinado lá incluía, dentre outras questões, uma parceria entre Embraer e as companhias aéreas chinesas, mas ainda não houve pedidos novos e Gomes Neto entende que os frutos desse acordo dependerão de muito trabalho por parte da empresa de aviação.
Além da China, a Embraer está também avaliando a possibilidade de abertura de negócios na Índia. Gomes Neto considera que este mercado pode ser mais lucrativo que o chinês, pois envolveria, além de aeronaves comerciais, aviões militares no tamanho de seu C-390. Sobre isso, uma parceria de produção local na Índia tem sido pensada, como já destacado em matérias anteriores.
Anos atrás, a Embraer fechou uma linha de produção do ERJ-145 que tinha em Harbin, em parceria com uma empresa local. Além disso, a fabricante brasileira nunca conseguiu emplacar grandes vendas no mercado chinês para seus E-Jets, embora haja um punhado deles voando no gigante asiático.
